Baú do Maga

Pais de talento

Rose e Antônio

Antônio Carlos {na época, chamado pelo nome completo Antônio Carlos Pires) foi sucesso absoluto como comediante de rádio e tevê. Em tevê ele arrasava com o personagem do Professor Lourenço no quadro Escola para Adultos, dentro do programa Noite de Gala.

Antônio Carlos Pires

Antônio Carlos Pires

O professor Lourenço derretia-se pela gostosíssima aluna Dona Gegé (interpretado por Sônia Lancelotti, no Rio, e Líria Marçal, sem São Paulo). O quadro foi uma criação de Chico Anysio, que o deu de presente a Antônio Carlos. Você poderá ouvir a marchinha Dona Gegé na sessão Pérolas Sonoras, aqui do blog. Uma das filhas de Antônio Carlos seguiu a mesma carreira vitoriosa do pai: Glória Pires.

Glória Pires

Glória Pires

Em rádio, Antônio Carlos arrasava com o personagem Hermelindo Goiabeira, um mineirinho, que também fora presente de Chico Anysio. Na mesma época, Rose Rondelli – uma das Certinhas do Lalau – era a sensação do programa Miss Campeonato, tanto pela Rádio Mayrink Veiga quando pela TV Paulista. 

Rose Rondelli

Rose Rondelli

Rose Rondelli foi casada com Chico Anysio e deste relacionamento nasceu Nizo Neto, o Seo Ptolomeu, aluno super inteligente de A Escolinha do Professor Raimundo. 

Nizo Neto

Nizo Neto

Antônio Carlos, um pai que passou talento a uma filha, e Rose Rondelli, mãe que passou talento a um filho, poderão ser vistos juntos em cena da comédia “Quanto Mais Samba, Melhor”, acessando a página Humor Brasileiro deste blog.

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Quem foi Dona Farmaca?

Dona Farmaca

Foram inúmeros os personagens interpretados pela comediante Maria Tereza (Maria Tereza Fróes 1936-1999). Mãe Mundinha, a mãe-de-santo; Dona Vamércia, a fofoqueira da janela de A Praça É Nossa; Zé Galinha, o engraxate; Lady Grace Benedita, a superstar; Terezoca, criada para o rádio dentro do programa História das Malocas, protagonizado juntamente com Adoniran Barbosa. Todos foram um sucesso, assim como Dona Farmaca, nos anos 60, cuja principal característica era a hipocondria. Seu prazer era falar sobre remédios e doenças, em geral, trazendo um grande mal-estar a seus interlocutores. Conheça melhor ou mate a saudade de Dona Farmaca assistindo a um esquete da personagem na página Humor Brasileiro deste blog.  

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O primeiro talk show

Revista do Rádio

Seu nome era José Silveira Sampaio. Nascei no Rio de Janeiro em 08/06/1914. Em 1931, com apenas 17 anos e já cursando a Faculdade de Medicina, escreveu a peça “Futebol em família”, em parceria com Arnaldo Faro, obtendo prêmio em concurso promovido pelo Jornal do Brasil. Foi médico pediatra, mas abandonou a Medicina para dedicar-se exclusivamente ao teatro como autor, ator, produtor e empresário, tendo fundado o Teatro de Bolso De Ipanema.  Seu estilo era cômico sem deixar de ser elegante. Dentre suas peças de maior destaque estão “O cavalheiro sem camélias”, “Deu Fred contra”, “No País dos Cadilacs”, “Triângulo escaleno”, “Brasil de Pedro a Pedro”.  Em 1957, Silveira Sampaio estreou na televisão com o programa “Pessoalmente com Silveira Sampaio”, título que logo foi alterado para “Em busca do bate-papo perdido”. 

Revista do Rádio 1957

Revista do Rádio 1957

O programa era exibido pela TV Rio e, nele, Silveira Sampaio iniciava a essência do talk show, comentando com o público as notícias do cotidiano. Ainda no mesmo ano, Silveira Sampaio lançou em São Paulo, pela TV Record, o programa “Bate-papo com Silveira Sampaio”. A receita era simples: durante 30 minutos, Silveira Sampaio conversava com uma pequena plateia no auditório comentando sobre atualidades, utilizando-se da sátira e fina ironia. Falava sobre tudo: cinema, futebol, teatro, economia, mundo moderno e, sobretudo, política.

Revista 7 Dias na TV 1957

Revista 7 Dias na TV 1957

Muitas vezes, ele pegava um telefone e simulava uma conversa satirizando seu interlocutor. Na TV Rio, uma de suas principais vítimas desses “telefonemas” era Carlos Lacerda, então, governador do Rio de Janeiro, a quem costumava tratar simplesmente por Carlos.

Revista do Rádio

Revista do Rádio

Conta-se nos bastidores que este teria sido o principal motivo de seu programa haver sido censurado inúmeras vezes na TV Rio, fazendo com que Silveira Sampaio se dedicasse mais a São Paulo. 

São Paulo na TV

São Paulo na TV

Inteligente, bem articulado, culto e com uma peculiar ironia, em pouco tempo Silveira Sampaio tornou famosos seu programa. Jô Soares, ainda em início de carreira, foi seu redator, chegando também a colaborar em reportagens internacionais.

Revista do Rádio 1957

Revista do Rádio 1957

Ainda em 1957 ele passaria para a TV Paulista.   

Estadão Nov/1957

Estadão Nov/1957

Ficaria até 1961 com o “Bate-papo com Silveira Sampaio” quando, então, estrearia “S.S. Show”, passando a trabalhar com entrevistas diárias.

Folha da Manhã 1958

Folha da Manhã 1958

Seu prestígio e credibilidade fizeram com que houvesse verdadeira concorrência para patrocinar seu programa. Isso pode ser observado pelos diversos anúncios de seu programa em diferentes revistas. 

OK ss 1959 estadão

OK 1962 Bate-Papo com Silveira Sampaio

OK ss 1961 folha sp c

Paralelo à televisão, Silveira Sampaio escrevia uma crônica diária no jornal Folha de São Paulo, também batizada de “Bate-papo com Silveira Sampaio”.

Folha de São Paulo 1963

Folha de São Paulo 1963

Em 1964 Silveira Sampaio retornava à TV Record, mantendo seus altos índices de popularidade e audiência em São Paulo, assim como no Rio pela TV Rio.

Estadão 1964

Estadão 1964

Veio a falecer em 24/11/1964 causando comoção em todo meio teatral e televisivo. Deixou seu nome marcado na televisão brasileira como o pioneiro do talk show. Você poderá ouvir um trecho do programa “Bata-Papo com Silveira Sampaio”, de 1960, acessando a página Pérolas Sonoras do blog.   

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Patrulheiros Toddy

Patrulheiros Toddy

Patrulheiros Toddy
TV Tupi-SP de 1961 a 1963

O nome original da série era The Tales Of The Texas Ranges (Os Contos dos Texas Rangers) que foi exibido pela TV americana de 1955 a 1958.  Aqui no Brasil, a série começou a ser exibida pela TV Tupi de São Paulo apenas a partir de 1961 . O título foi adaptado para Patrulheiros do Oeste e sua exibição era aos sábados às 20 horas. Patrulheiros do Oeste tiraDa mesma forma como várias outras séries de faroeste (Roy Rogers, Rin-Tin-Tin e outros), que tomavam conta da programação da TV brasileira, Os Patrulheiros do Oeste não demorou a se tornar um sucesso. O patrocínio era de Toddy que, na época, liderava a a venda da linha dos achocolatados. Tal não foi outro o motivo para que a série tivesse nova adaptação em seu título: Patrulheiros ToddyPatrulheiros Toddy - 1961 2

A série transformou-se numa febre em São Paulo. Aproveitando-se do momento, o patrocinador passou a promover o sorteio de um uniforme completo de Patrulheiro Toddy (ou do Oeste). Basta para isso enviar o rótulo da embalagem de Toddy com nome, endereços, etc. Patulheiro_ToddyTalvez tenha sido esta série um dos raros casos que o título foi adaptado ao nome do patrocinador. Há que se lembrar que nessa época nem todas a séries eram dubladas, daí a necessidade de se divulgar que Patrulheiros do Oeste era exibido com dublagem. Patrulheiros Toddy ficou no ar até o início de 1963 quando deu lugar a outro fenômeno de série de faroeste: Bonanza.
Clique no player e veja a abertura original dos Patrulheiros Toddy. 

 

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A pilantragem e o Mug

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Wilson Simonal (1938-2000) foi um dos maiores show man do Brasil. Em 1966 ele comandava o “Show em Si…monal” pela TV Record. 1966 SimonalDiante do sucesso do programa, em 1967  comandou “Vamos S’imbora”, também pela TV Record, juntamente com o comediante Othelo Zeloni. 

Revista São Paulo na TV 1967

Revista São Paulo na TV 1967

Simonal fazia suas apresentações introduzindo uma ginga toda especial  e trazendo novas expressões como “vamos voltar à pilantragem”, “vamos s’imbora!’ e “deixa cair”. Aliás, seu disco de 1966 chamava-se “Vou deixar cair…” Nesse disco, havia uma faixa intitulada “Samba do Mug”. O Mug era um bonequinho de pano, todo preto, calça vermelha xadrez, nariz e cabelo vermelho.

O Mug da sorte

O Mug da sorte

Um dos seus idealizadores foi Horácio Berlink Neto, que era produtor do programa “O Fino da Bossa”, comandado por Elis Regina e Jair Rodrigues. A ele juntou-se o empresário João Evangelista Leão. O Mug era tido como um boneco da sorte. Tornou-se uma febre. Era comum ver-se o boneco pendurado no retrovisor interno dos carros ou na parte interna da maçaneta das casas. Chico Buarque de Hollanda e Hebe Camargo promoveram o Mug em reportagens, atribuindo a ele a sorte obtida em algum momento.hebe_mug-e1283010244120 CChico Buarque chegou a ficar desesperado quando seu carro foi arrombado e dele o ladrão levou seu Mug. Mug do Chico 66Simonal acabou levando o Mug ao seu programa, cuja audiência fez o boneco ficar ainda mais valorizado. A febre do Mug não chegou a um semestre, mas foi, sem dúvida, um grande sucesso.
Você poderá ouvir “Samba do Mug” na sessão Pérolas Sonoras deste blog.

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