Seu nome era José Silveira Sampaio. Nascei no Rio de Janeiro em 08/06/1914. Em 1931, com apenas 17 anos e já cursando a Faculdade de Medicina, escreveu a peça “Futebol em família”, em parceria com Arnaldo Faro, obtendo prêmio em concurso promovido pelo Jornal do Brasil. Foi médico pediatra, mas abandonou a Medicina para dedicar-se exclusivamente ao teatro como autor, ator, produtor e empresário, tendo fundado o Teatro de Bolso De Ipanema. Seu estilo era cômico sem deixar de ser elegante. Dentre suas peças de maior destaque estão “O cavalheiro sem camélias”, “Deu Fred contra”, “No País dos Cadilacs”, “Triângulo escaleno”, “Brasil de Pedro a Pedro”. Em 1957, Silveira Sampaio estreou na televisão com o programa “Pessoalmente com Silveira Sampaio”, título que logo foi alterado para “Em busca do bate-papo perdido”.
Revista do Rádio 1957
O programa era exibido pela TV Rio e, nele, Silveira Sampaio iniciava a essência do talk show, comentando com o público as notícias do cotidiano. Ainda no mesmo ano, Silveira Sampaio lançou em São Paulo, pela TV Record, o programa “Bate-papo com Silveira Sampaio”. A receita era simples: durante 30 minutos, Silveira Sampaio conversava com uma pequena plateia no auditório comentando sobre atualidades, utilizando-se da sátira e fina ironia. Falava sobre tudo: cinema, futebol, teatro, economia, mundo moderno e, sobretudo, política.
Revista 7 Dias na TV 1957
Muitas vezes, ele pegava um telefone e simulava uma conversa satirizando seu interlocutor. Na TV Rio, uma de suas principais vítimas desses “telefonemas” era Carlos Lacerda, então, governador do Rio de Janeiro, a quem costumava tratar simplesmente por Carlos.
Revista do Rádio
Conta-se nos bastidores que este teria sido o principal motivo de seu programa haver sido censurado inúmeras vezes na TV Rio, fazendo com que Silveira Sampaio se dedicasse mais a São Paulo.
São Paulo na TV
Inteligente, bem articulado, culto e com uma peculiar ironia, em pouco tempo Silveira Sampaio tornou famosos seu programa. Jô Soares, ainda em início de carreira, foi seu redator, chegando também a colaborar em reportagens internacionais.
Revista do Rádio 1957
Ainda em 1957 ele passaria para a TV Paulista.
Estadão Nov/1957
Ficaria até 1961 com o “Bate-papo com Silveira Sampaio” quando, então, estrearia “S.S. Show”, passando a trabalhar com entrevistas diárias.
Folha da Manhã 1958
Seu prestígio e credibilidade fizeram com que houvesse verdadeira concorrência para patrocinar seu programa. Isso pode ser observado pelos diversos anúncios de seu programa em diferentes revistas.
Paralelo à televisão, Silveira Sampaio escrevia uma crônica diária no jornal Folha de São Paulo, também batizada de “Bate-papo com Silveira Sampaio”.
Folha de São Paulo 1963
Em 1964 Silveira Sampaio retornava à TV Record, mantendo seus altos índices de popularidade e audiência em São Paulo, assim como no Rio pela TV Rio.
Estadão 1964
Veio a falecer em 24/11/1964 causando comoção em todo meio teatral e televisivo. Deixou seu nome marcado na televisão brasileira como o pioneiro do talk show. Você poderá ouvir um trecho do programa “Bata-Papo com Silveira Sampaio”, de 1960, acessando a página Pérolas Sonoras do blog.