Baú do Maga

Sá e Guarabyra: profetas.

Sá e Guarabyra

Em 1971, o carioca Luíz Carlos Pereira de Sá unia-se ao baiano Guttemberg Nery Guarabyra Filho e ao também saudoso carioca José Rodrigues Trindade (Zé Rodrix), formando o trio Sá, Rodrix e Guarabyra.

Guarabyra, Sá e Zé Rodrix

Guarabyra, Sá e Zé Rodrix

Com a saída de Zé Rodrix, em 1973, a dupla Sá e Guarabyra continuou na estrada e criou vários sucessos, tais como Espanhola, Dona, Roque Santeiro. Em 1977, Sá e Guarabyra lançaram o LP (o famoso bolachão com 10 ou 12 músicas, dividades em 5 ou 6 de cada lado) chamado Pirão de Peixe com Pimenta. Sá e Guarabyra capaA faixa 1 do Lado A trazia o xote Sobradinho, uma verdadeira profecia dos problemas com (falta de) água dos dias atuais. “O sertão vai virar mar / e dá no coração / o medo que algum dia / o mar também vire sertão”.Sá e Guarabyra discoClique no player e ouça Sobradinho com Sá e Guarabyra (e, caso chore, economize as lágrimas).

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O rei do rádio de Sampa

Osvaldo Molles

Osvaldo Molles (1913-1967) foi cronista, jornalista, autor, radialista, compositor, redator, criador e diretor de programas de rádio e tv. Com quase trinta anos de carreira  (1939-1967), seu trabalho esteve sempre mais ligado ao rádio, tendo atuado apenas em televisão na TV Record.
Depois de um primeiro período escrevendo para jornal e revista, iniciou sua carreira no rádio como redator de PRG-2, Rádio Tupi de São Paulo, logo mudando-se para a Rádio Record, PRB-9, em 1940. Com exceção do período de 1951 a 1955, em que atuou pela PRH-9, Rádio Bandeirantes, Molles dedicou todo seu talento à Rádio Record. Nos microfones da PRH-9, seus textos e personagens foram interpretados por Simplício, Henrique Lobo, Pagano Sobrinho, Maria Amélia, Manoel de Nóbrega, Maria Tereza, Gastão Renê e Adoniran Barbosa, entre muitos outros.
Eclético, culto e inteligente, Osvaldo Molles escreveu sobre cultura, música, crítica social e política, crônicas cotidianas, dramaturgia policial e humor, que era seu carro chefe. Aliás, criava programas com a mesma facilidade com que escrevia humor. Foram inúmeros os seus sucessos: “Casa da Sogra”, “O Crime Não Compensa”, “Universidade Record”, “A Vida Através de Um Para-Brisas”, “Largo do Paissandu”, “Sertões”, “Alameda do Sorriso”, “História da Literatura Brasileira”, “Dicionário da Gíria”, “História que achei na rua”, “Dicionário da Gíria”, “Viagem por São Paulo”, “Conversa no ponto”, “Aqui, Gerarda”, “Conversa de Lotação”e “História das Malocas”; este último o mais famoso.
A maioria de suas personagens tinha uma grande carga popular e, em geral, eram situadas também em bairros populares paulistanos, tais como Brás, Mooca, Barra Funda e Bixiga. Daí pode-se concluir que Osvaldo Molles possivelmente tenha sido o autor e criador que melhor entendeu o rádio paulistano e seus ouvintes.
Muitas das personagens que criou foram interpretadas por Adoniran Barbosa. Aliás, Molles foi quem melhor soube escrever textos cômicos explorando o humor natural de Adoniran. Não foi por outro motivo que desta parceria surgiram, além de programas e personagens, canções como “Ai, Guiomar”, “Pafunça” (personagem de História das Malocas interpretada por Maria Amélia), “Sai água da minha boca”, “O casamento do Moacir”, “Segura o apito” (nome de programa criado por Molles) e a antológica “Tiro ao Árvaro”.

Osvaldo Molles e Adoniran Barbosa

Osvaldo Molles e Adoniran Barbosa

Premiadíssimo, dentre os vários troféus que recebeu, ressalte-se que Osvaldo Molles foi contemplado 7 vezes com o Troféu Roquette Pinto e com o Troféu Paulo Machado de Carvalho, instituído pela Associação Paulista de Propaganda, por ter criado o programa “Dicionário de Gírias”, considerado o melhor programa do rádio paulista no ano de 1957. Veja detalhes das criações e personagens; ouça o áudio de alguns programas, acessando Humor Brasileiro, do Baú do Maga, através do link abaixo

http://baudomaga.com.br/humor/2015/01/28/osvaldo-molles/

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