Baú do Maga

Ivon Curi e A Coisa

Ivon Curi 1957 matéria 1Nome completo: Ivon José Curi
Nascimento 05/06/1927 Caxambu-MG
Falecimento 24/06/1995 Rio de Janeiro-RJ

Ivon José Curi era irmão do narrador esportivo Jorge Curi e do locutor Alberto Curi.

Jorge Curi, narrador esportivo

Jorge Curi, narrador esportivo

Alberto Curi, locutor

Alberto Curi, locutor

Muitas pessos pensam que existe também um parentesco entre Ivon e Edson “Bolinha” Cury, apresentador da TV Bandeirantes. Porém, não há. Ivon é Curi com “i” e Edson “Bolinha” é Cury com “y”.

Edson "Bolinha" Cury, com "y"

Edson “Bolinha” Cury, com “y”

Ivon Começou como cantor em 1946,  cantando na Rádio Tupi-RJ e na Rádio Continental. No ano seguinte passou para a Rádio Nacional, gravando um sucesso atrás do outro. Era chamado de O Rei do Rádio.

Ivon Curi na Rádio Nacional

Ivon Curi na Rádio Nacional

Ivon era um homem alto e forte. Fazia o gênero galã, embora a calvície já se tornasse evidente deste a mocidade. . Em 1951 ele participou do filme Aviso aos Navegantes ao lado de Grande Otelo e Oscarito. O filme fez enorme sucesso, mas seu papel foi considerado “delicado demais” para a época. Esse fato fez com que Ivon tivesse que abandonar o lado galã e passar para o lado cômico. Ivon fez mais de uma dezena de comédias em cinema, alternando música com humor.

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Cartaz de “É Fogo na Roupa” de 1952

Zé Trindade e Ivon Curi em Garotas E Samba - 1957

Zé Trindade e Ivon Curi em Garotas E Samba – 1957

Ivon Curi em cena de Garota Enxuta - 1959

Ivon Curi em cena de Garota Enxuta – 1959

Polivalente, Ivon tocava piano e violão e tinha facilidade em imitar cantores. Por isso começou a se notabilizar no radio como imitador de Bing Crosby, Frank Sinatra, Gilbert Bécaud c Charles Aznavour. Estes foram apenas alguns dos motivos que o fizeram ter sucesso também em teatro, rádio e tv.

Ivon Curi e a morena Hebe Camargo - TV Tupi - 1951

Ivon Curi e a morena Hebe Camargo – TV Tupi – 1951

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Foi um dos quatro integrantes do programam Adoráveis Trapalhões, ao lado de Wanderley Cardoso, do lutador Ted Boy Marino e de Renato Aragão (TV Excelsior – 1966/67).

Wanderleiy Cardoso, Ted Boy Marino, Ivon Curi e Renato Aragão - Adoráveis Trapalhões - 1966

Wanderleiy Cardoso, Ted Boy Marino, Ivon Curi e Renato Aragão – Adoráveis Trapalhões – 1966

CEna de Adoráveis Trapalhões - TV Excelsior - 1967

Cena de Adoráveis Trapalhões – TV Excelsior – 1967

Desde os tempos de rapaz, Ivon jamais assumiu a calvície tendo passado a maior parte de sua carreira ostentando uma peruca.

Ivon Curi aos 23 anos - quase careca

Ivon aos 23 anos – calvície precoce

Isso fez com que durante muito tempo Renato Aragão usasse em Os Trapalhões o bordão “Nossa! Pela peruca do Ivon Curi!” Somente ao participar de A Escolinha do Professor Raimundo, no papel do gaúcho Gaudêncio, é que passou a se apresentar totalmente careca.

Gaudêncio, o gaúcho da Escolinha do Prof. Raimundo

Gaudêncio, o gaúcho da Escolinha do Prof. Raimundo

CURIOSIDADE: No início da carreira, Ivon Curi era tido por todos – TODOS MESMO – como um sujeito chato, do tipo pegajoso. Ele mesmo acabou assumindo esse seu lado durante uma entrevista.
— Você era considerado um artista chato?
— Muito. Eu era tão chato que se você visse um monge tibetano irritado e dizendo palavrão podia ter certeza de uma coisa: eu estava do lado dele. Em 1962 Ivon Curi gravou um disco 78 rpm para a gravadora Odeon. De um lado a música “Brasil, sentido!” e do outro “A Coisa”. A música “A Coisa” é uma versão da canção “The Thing” gravado pelo cantor americano  Johnny Restivo. Apesar de rara, a gravação resume bem o que foi a carreira de Ivon Curi: música e humor. Clique no player e ouça Ivon Curi cantando “A Coisa”, que possuía o estranho subtítulo de “Pumpumpum”.

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O Cara Suja – 1965

Sérgio Cardoso e Rita Cléos

Sérgio Cardoso e Rita Cléos

Em 1964 a TV Tupi de São Paulo lançava a novela “Alma Cigana” (às 20:00, de 02 de Março a 08 de Maio, 50 capítulos), que tinha a atriz Ana Rosa como protagonista vivendo as gêmeas Estela e Esmeralda. A novela era situada na Espanha durante a Revolução Espanhola (1936-1939). No final do mesmo ano a TV Tupi em conjunto com a TV Rio lançaram “O Direito de Nascer”. A novela era situada em Cuba, no ano de 1899, e tinha Amilton Fernandes no papel principal, que era Albertinho Limonta. Assim Ana Rosa e Amilton Fernandes foram os primeiros a viverem estrangeiros em papel principal, em terras do exterior, nas chamadas “novelas de época”. Coube, então, ao ator Sérgio Cardoso viver o papel principal da primeira novela contemporânea que tinha um imigrante como protagonista.

Sérgio Cardoso

Sérgio Cardoso

 “O Cara Suja” foi uma novela produzida pela TV Tupi de São Paulo com direção de Geraldo Vietri e texto de Walter George Durst adaptado da novela do autor mexicano Roberto Valente.

Geraldo Vietri

Geraldo Vietri

Walter George Durst

Walter George Durst

“O Cara Suja” era exibido de segunda a sexta, às 20 horas, de 01 de Abril a 13 de Julho, num total de 74 capítulos [um marco, considerando-se  que, à época, as novelas do horário tinham 50 capítulos, em média]. Embora o texto original tratasse da história de um espanhol, Walter George Durst revolveu fazer a adaptação para um italiano (vindo de Catanzaro, na Calábria). O fato de Walter George Durst e a TV Tupi serem da capital paulista, onde é imensa a colônia italiana, obviamente ajudaram na decisão.

Revista Intervalo 1965

Revista Intervalo 1965

A história narrava as dificuldades de Ciccillo Nascareda (Sérgio Cardoso) em conquistar o amor de Yara (personagem da atriz e dubladora Rita Cléos), que pertencia a uma família tradicional paulistana em franca decadência por causa de dívidas.

Yara (a Biondina) e Ciccillo

Yara (a Biondina) e Ciccillo

 Ciccillo – um calabrês do tipo bem tosco – chegara pobre ao Brasil e transformou-se num milionário do dia para noite por causa de um golpe de sorte jogando na loteria. Do interesse da família de Yara na fortuna de Ciccillo surgiu a proposta: fazer o calabrês casar-se com a moça a fim de se manter na lata sociedade. A história girava em torno do desprezo que Yara [a quem, para desespero da própria, Ciccillo chamava de Biondina]  nutria pelo “carcamano”, que se apaixonara assim que a conhecera. Interessante é que Sérgio Cardoso e Rita Cléos já haviam trabalhado juntos no teatro quando ele já era conhecido e ela ainda era iuma atriz em início de carreira.

Última Hora - 1960

Última Hora – 1960

A trama simples e linear, que contava com um elenco enxuto de 12 a 14 artistas, não demorou a cair no gosto paulistano e atingir altos níveis de audiência, chegando a bater a famosa novela das 21 horas, O Direito de Nascer, também da TV Tupi.

Revista 7 Dias na TV - 1965

Revista 7 Dias na TV – 1965

Estavam no elenco: Percy Ayres, Juca de Oliveira [que anos depois,  também na TV Tupi, faria Nino, personagem principal da novela “Nino, o italianinho”], Marisa Sanches, Norah Fontes, Gilberto Sálvio, Gian Carlo e Débora Duarte, entre outros.

Percy Ayres e Rita Cléos

Percy Ayres e Rita Cléos

Juca de Oliveira

Juca de Oliveira

Acima, Gian Carlo; em baixo Gilberto Sálvio

Gian Carlo (acima) e Gilberto Sálvio

 Com a previsão inicial de 50 capítulos, “O Cara Suja” ganhou uma sobrevida devido à audiência, principalmente quando a trama trouxe uma rival para a Biondina: Marília, interpretada pela atriz Carmem Jóia. O triângulo formado pelos personagens, Biondina, Ciccillo e Marília tornou-se assunto obrigatório.

Revista Intervalo 1965

Revista Intervalo 1965

Afinal, com quem Ciccillo ficaria? Com Marília?

Marília e Ciccillo

Marília e Ciccillo

OU com a Biondina?

Ciccillo e Yara, a Biondina

Ciccillo e Yara, a Biondina

O sucesso de “O Cara Suja” não ficaria restrito a São Paulo. Embora ainda não houvesse o conceito de transmissão em rede, outras emissoras pertencentes aos Diários Associados também passaram a transmitir a novela, e com o mesmo sucesso. Foi assim na TV Tupi – Rio, canal 6. 18 RioNa TV Alterosa (Belo Horizonte), canal 2.17 BHE na TV Piratini (Porto Alegre), canal 5.16 Porto Alegre Na TV Piratini o sucesso da novela foi praticamente tão grande quanto o de São Paulo.

Revista do Rádio - 1965

Revista do Rádio – 1965

Houve grande repercussão a respeito do affair entre o ator Sérgio Cardoso e a atriz Carmem Jóia.

Revista Intervalo - 1965

Revista Intervalo – 1965

Coisa que não ficou fora do bom humor brasileiro.

Revista do Rádio - 1965

Revista do Rádio – 1965

A aproximação do final da novela chegou a causar celeuma por causa da notícia de que Ciccillo morreria no último capítulo. Isso fez com que até a coluna O Cabresto, do sisudo jornal Folha de São Paulo, publicasse ironia a respeito em sua edição de 01 de Julho de 1965.

Trecho da coluna O Cabresto

Trecho da coluna O Cabresto

Como toda novela, “O Cara Suja’ possuía seu tema de abertura”. Tratava-se de “Se piangi, se ridi”, música cantada por Bobby Solo. Entretanto, o sucesso da novela foi tal que Sérgio Cardoso resolveu gravar a canção. A intenção do ator chegou a causar uma briga entre gravadoras.

Revista Intervalo - 1965

Revista Intervalo – 1965

Por fim, Sérgio Cardoso lançou um compacto simples pela gravadora Continental. De um lado “Se piangi, se ridi”, com direito a uma declamação para a amada Biondina, coisa que não havia na gravação original.12 Compacto Se piangi Do outro lado, Sérgio gravou a canção “Biondina”, composição de Uccio Gaeta,  músico e ator  italiano radicado há muito no Brasil, que foi responsável pelo acompanhamento nas duas gravações. Num dado trecho da música ouve-se o termo “ma, chi lo sa” (mas, quem sabe) que foi uma espécie de bordão popularizado pelo personagem em inúmeras situações.  11 Compacto BiodinaO apelo do personagem foi tão forte que no selo do disco vinha a informação de que o intérprete era Sérgio Cardoso, o Ciccillo, colocado entre parêntesis. Infelizmente não há registros de nenhuma cena da novela. Mas você pode poder clicar nos players e ouvir as gravações das canções do compacto simples na voz de Sérgio Cardoso.

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Zeloni, o homem da “pernacchia”!

Zeloni coma esposa Gióia e as 5 filhas:Silvana, Romana, Biaca, Tiziana e Rossana

Nome completo  – Otello Zeloni
Nascimento 26//11/1921– Roma – Itália
Falecimento 29/12/1973 – São Paulo – SP

02 ZELONI

Zeloni, a esposa Gióia e as filhas Silvana, Romana, Bianca, Tiziana e Rossana.

Ainda na Itália, Zeloni tirou brevê aos 19 anos. Na mesma época, foi convocado pela aviação italiana como piloto em virtude da eclosão da II Guerra Mundial. Em seu treinamento constaram 2 quedas de avião, uma colisão e mais de 17 pousos forçados na região de Frosinone, a 30 km de Roma. No entanto, Zeloni livrou-se de pilotar um super bombardeiro porque o fim do seu treinamento coincidiu com o da assinatura de rendição da Itália. Anos depois Zeloni saiu da Itália, indo para a Argentina a fim de negociar filmes italianos. Uma vez em Buenos Ayres, ingressou na Cia. Italiana de Revista, que tinha uma viagem marcada para o Brasil. Em 1949 a companhia veio para o Brasil, exibiu-se e foi embora. Mas Zeloni aqui ficou.

Anúncio na Folha da Manhã de 02/10/49 falando da Cia. Italiana de Revistas

Anúncio na Folha da Manhã de 02/10/49 falando da Cia. Italiana de Revistas com Zeloni

Zeloni entrou para o teatro de revista e estrelou inúmero sucesso em diversas companhias teatrais. “As urnas vão rolar”, “Nonô vai na raça”, “Mão na toca”.

Folha da Noite 22/01/54

Folha da Noite 22/01/54

Última Hora 1956

Última Hora 1956

Chegou, inclusive, ter a sua própria companhia teatral.

Folha da Noite - 01/11/1959

Folha da Noite – 01/11/1959

Seu trabalho em teatro lhe valeu o Prêmio Governador Do Estado de São, de 1964, como melhor ator devido à sua atuação na comédia “Os Ossos do Barão”.

Revista Intervalo - 1964

Revista Intervalo – 1964

Zeloni também dedicou-se ao cinema.  Fez vários filmes ao lado de grandes comediantes como Ronald Golias, Zé Trindade e Dercy Gonçalves.

A Baronesa Transviada - 1957

A Baronesa Transviada – 1957

Zeloni (o último à direita) em A Baronesa Transviada

Catalano, Dercy Gonçalves, Lueli Figueiró e Zeloni em A Baronesa Transviada 1957

Zeloni com Lilian Fernandes e Zé Trindade em "Marido de Mulher Boa" 1960

Zeloni com Lilian Fernandes e Zé Trindade em “Marido de Mulher Boa” 1960

Mas seu grande sucesso foi mesmo na televisão. Foi ali que ele desenvolveu três personagens marcantes: Dom Camilo (um padre italiano histriônico).

7 Dias na TV - 1957

7 Dias na TV – 1957

08 ZELONI

Heitor de Andrade e Otello Zeloni na série Dom Camilo

Heitor de Andrade e Otello Zeloni na série Dom Camilo

Revista São Paulo na TV 1961

Revista São Paulo na TV 1961

Também fez o Prontidão (um guarda atrapalhado), cujo bordão era “O senhor me chamou?” sempre que era chamado pelo superior.

Zeloni, o Prontidão

Zeloni, o Prontidão

Mas o personagem mais famoso foi, sem dúvida, Pepino Trapo,  o cunhado Bronco na lendária Família Trapo.

Melodias 1967

Otello Zeloni, Jô Soares, Ricarco Côrte Real, Renata Fronzi, Cidinha Campos e Ronaldo Golias.

Bronco (Golias), Stevie Wonder e Peppino (Zeloni) em A Família Trapo

Bronco (Golias), Stevie Wonder e Peppino (Zeloni) em A Família Trapo

Zeloni, Golias, Renata Fronza, Jô Soares e Pelé em "A Família Trapo" 1968

Zeloni, Golias, Renata Fronzi, Jô Soares e Pelé em “A Família Trapo” 1968

Em Família Trapo Zeloni trouxe para o público a expressão italiana “Pernacchia”, som e gesto considerados vulgares para os italianos, símbolo audiovisual da flatulência. Interessante é que essa expressão – acompanhada de gesto – fez muito sucesso numa época em que a sociedade não era tão liberal como hoje, mas, ao mesmo tempo, não havia um patrulhamento politicamente correto tão intenso. Também no programa Família Trapo, Peppino Trapo (Zeloni) tornou famosa sua inclinação Nara leão, uma das musas da bossa-nova, sempre fazendo alguma menção (com leve apelo malicioso) aos bem torneados joelhos da cantora. 

Revista Intervalo 1968

Revista Intervalo 1968

Zeloni tornou-se peça fundamental em especiais da televisão brasileira, sobretudo no famoso Show do Dia 7 da TV Record.

O cômico português Raul Solnado e Zeloni no Show do dia 7 de 1967

O cômico português Raul Solnado e Zeloni no Show do dia 7 de 1967

Zeloni, Renata Fronzi e Walter D'Ávila no Show do Dia 7 de 1968

Zeloni, Renata Fronzi e Walter D’Ávila no Show do Dia 7 de 1968

Em 1967, na TV Record, Zeloni comandou juntamente do Wilson Simonal um programa cuja fórmula já se mostrara infalível: música mesclada com humor.

Revista Intervalo 1967

Revista Intervalo 1967

Foi ele também o primeiro artista a apresentar um programa de culinária na TV, cozinhando e apresentando suas receitas. O programam chamava-se Zeloni Forno e Fogão.

Revista Intervalo 1972

Revista Intervalo 1972

O último trabalho de Zeloni foi como protagonista da novela O Conde Zebra, na TV Tupi. Entretanto, a novela ficou no ar pouco mais de um mês. Quando, por causa de grave doença, Zeloni fo internado, a direção da TV Tupi resolveu suspender a a exibição. Com o seu falecimento a novela jamais foi concluída.

Zeloni junto do elenco da novela O Conde Zebra, seu último trabalho

Zeloni com elenco da novela O Conde Zebra em seu último trabalho

Zeloni era muito espirituoso e adorava um bom improviso. Nos início dos anos 60 ele e Walter D’Ávila saíram da TV Record e foram para a TV Tupi.

Walter D'Ávila e Zeloni na Tv Tupi

Walter D’Ávila e Zeloni na TV Tupi

Os estúdios da nova casa não eram tão grandes quanto os da antiga. Num esquete que tinha o céu como cenário, os dois interpretavam dois anjos. D’Ávila, que tinha mania de falar e dar um passo na direção do interlocutor – ainda desambientado – foi empurrando Zeloni para fora do cenário. Chegou uma hora em que Zeloni pegou D’Ávila pelo braço e faliu trazendo-o para o meio do set:
— Vem mais pra cá, que aqui o céu não é tão grande como era na outra emissora.

Principais trabalhos de Otello Zeloni em TV: 

1957 – O pequeno mundo de Dom Camilo – TV Tupi
1958 – Atrações Pirani – TV Tupi
1960 – A volta de Dom Camilo – TV Tupi
1960 – Boas Novas – TV Tupi
1961 – Clímax para milhões – TV Rio
1961 – Três é demais – TV Record/TV Rio
1962 – Ri-Fi Sete – TV Record/TV Rio
1963 – São Paulo à noite – TV Tupi
1964 – Zeloni em uma peça só – TV Record
1964 – O mundo alegre de Zé Vasconcelos – TV Record/TV Rio
1964 – Regra de três – TV Rio
1964  – Sete Belo – TV Record
1965 – Quem Bate – TV Record
1966 – O Grosso da graça – TV Tupi-Rio
1966 – Zeloni é sempre Zeloni – TV Record
1966 – Mãos ao ar – TV Record
1967 – Família Trapo – TV Record
1967 – Vamos S’imbora – TV Record
1971 – Dom Camilo e os cabeludos – TV Tupi
1972 – Zeloni Forno & Fogão – TV Tupi
1973 – O Conde Zebra – TV Tupi

Clique no player e assista a um trecho de “O Conde Zebra”,  novela da TV Tupi (1973), com Otello Zeloni ao lado de Dante Rui e Renato Consorte e editado a partir do site Canal Memória.

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Audácia do bofe!

COSTINHA

COSTINHA

Lírio Mário da Costa (1923-1995), o Costinha, nasceu no bairro de Vila Isabel, no Rio de Janeiro, terra de Noel Rosa e Martinho da Vila. Flamenguista fanático, viu-se desde pequeno participando de esquetes de circo acompanhando seu pai, que era conhecido como Palhaço Bocó. Ainda com o nome de Mário Costa, começou a trabalhar em rádio, em meados dos anos 40, como contrarregra da Rádio Tamoio.

Costinha quando ainda era conhecido por Mário Costa

1952  Costinha era só Mário Costa

Por ser muito alegre e viver contando piadas o dia todo, recebeu uma oportunidade de demonstrar seu talento num programam chamado Vesperal das Moças. Não demorou muito para que fosse convidado pela Rádio Mayrink Veiga para participar de seus programas humorísticos. Ele não pensou duas vezes e logo estava participando de programas como Recruta 23, Riso das Ruas e Cadeira de Barbeiro, sempre usando o nome Mário Costa.

Maria Vidal e Costinha

Maria Vidal e Mário Costa – 1952

Costinha em 1952

Como Mário Costa em 1952

Atuava como radio-ator e também como sonoplasta.

Mário Costa sonoplasta 1952

Mário Costa sonoplasta 1952

Assumiu o nome artístico Costinha em 1953 por sugestão da vedete Siwa – e esposa do comediante Vagareza – quando ela o contratou para um espetáculo de sua companhia teatral chamado Uma Pulga Na Camisola.

Folha da Manhã 10/04/1953

Folha da Manhã 10/04/1953

Costinha tornou-se famoso no teatro de revista e isso fez com que a TV Rio o contratasse para seu elenco de comediantes. Feira Mais ou Menos Livre e Botando Banca foram os dois primeiros programas de Costinha em televisão. Mas a consagração viria em Noites Cariocas e A Cidade Se Diverte. Sabendo usar como poucos a expressão facial e corporal, Costinha tornou-se rapidamente um dos comediantes mais queridos da televisão. Foi num desses programas que, certo dia, o microfone “vazou” na frente do vídeo em num programa ao vivo. Costinha não perdeu a oportunidade e mandou um “miau” e todo mundo riu. Esse “miau” o acompanhou durante toda a carreira televisiva sempre antecedida por um pedido para que o “boom man” (o operador do microfone) baixasse o microfone para que este pudesse entrar em cena. Costinha, ao lado de Dercy Gonçalves, talvez tenha sido o comediante a receber o maior número de suspensões dos programas humorísticos por causa de suas piadas consideradas pornográficas. Certa vez, ainda no tempo do programa ao vivo, Costinha estava na TV Excelsior do Rio, fazendo ao vivo seu programam “De frente com Costinha”. Nos bastidores estava o pastor alemão chamado Radar, que iria gravar o último capítulo da novela Vidas Cruzadas. No meio do esquete Costinha, fazendo uma bichinha, disse: “ Nossa, ali tem um gato!” No mesmo momento, por coincidência, o Radar começou a latir. Costinha 1aproveitou a deixa para meter um caco e dizer: “Ainda bem que eu falei em gato. Se eu falasse em veado, acho que essa fera ia acabar me matando!” Foi uma gargalhada geral. E dias depois mais uma suspensão de 30 dias pela censura. A TV Excelsior, do Rio de Janeiro,  foi uma das que mais sofreu com suas ausências uma vez que o Comitê de Censura do Estado Da Guanabara não lhe dava tréguas.

Costinha em 1962

Costinha em 1962

Segundo o próprio Costinha, foi ele o causador de os programas humorísticos deixarem de ser exibidos ao vivo e passarem a ser gravados previamente. Era o modo que a censura havia encontrado para “tesourar” aquilo que achasse excessivamente pornográfico para ir ao ar. Em 1965, Costinha – imitando uma bicha, como sempre – resolver botar um “caco” em cena. Ao ser confrontado por um homem disse: “audácia do bofe!”, termo que se tornou bordão popular durante bom tempo. Mas o bordão trouxe-lhe nova suspensão. O fato ocorreu porque Costinha, dentro do personagem, resolveu dizer que seu relógio era da marca Roscofe. Quando o sujeito pedia para ver as horas, Costinha dizia: “Quer ver o meu Roscofe? Audácia do bofe!”

Costinha era um "anjinho"

Costinha, um “anjo”

[O termo roscofe significa relógio vagabundo. Sua origem vem de  uma antiga marca de relógio suíço, homenagem ao relojoeiro suíço G. R. Roskopf. Entretanto, roscofe tem outro significado, muito utilizado no Nordeste: cu] Sem perder tempo, Costinha, apesar da suspensão, gravou a marchinha “Audácia do Bofe” para o carnaval de 1966. Clique no player e ouça Costinha cantando a marchinha Audácia do Bofe.

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O primeiro índio do humor

Patacotaco 1Max Nunes (1922-2014) criou em 1953 para a Rádio Tupi-RJ o programam Um Pulga Na Camisola.

Max Nunes, em 1953, escrevendo Uma Pulga Na Camisola

Max, em 1953, escrevendo seu programa

Como todo programa criado, produzido e escrito por Max Nunes, Um Pulga Na Camisola tornou-se rapidamente um grande sucesso.Patacotaco 2Um dos personagens criados por Max para o programa foi o Índio Patacotaco, que foi interpretado por Orlando Drummond [o seo Peru de A Escolinha do Professor Raimundo e dublador de Popeye; Alf, o ETeimoso; Scooby-Doo e outros]. O personagem celebrizou sua entrada em cena sempre com a ladainha “pezinho pra frente, pezinho pra trás…” O parceiro de Drummond no quadro de Patacotaco era o também comediante Otávio França.

Diário da Noite - 1953

Diário da Noite – 1953

O programam Um Pulga Na Camisola, ainda em 1953, também passou a ser exibido pela TV Tupi. Na televisão, o parceiro de Drummond era o comediante Radamés Celestino

Diário da Noite - 1955

Diário da Noite – 1955

Uma Pulga Na Camisola ficou no ar de 1953 até 1958, sempre com muito sucesso. Também foi transformado em peça de teatro de revista por Max Nunes em parceria com J. Maia. Patacotaco foi, seguramente, o primeiro personagem índio do humor brasileiro, tendo sido reeditado pelo próprio Orlando Drummond em parceria com Paulo Silvino no programa Zorra Total, na TV Globo.

Paulo Silvino e Orlando Drummond

Paulo Silvino e Orlando Drummond

Clique no player e ouça um trecho do quadro Patacotaco veiculado pela Rádio Tupi, em 1954. Nesse esquete, excepcionalmente, surge a esposa do índio, que foi interpretada pela comediante Zezé Macedo, e teve também a participação de Nádia Maria, outra comediante brasileira.

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