Baú do Maga

Rua da Alegria

1951 Antônio Maria Rua da alegria 1Rua da Alegria – Rádio Tupi RJ – de 1948 a 1952
Alegria da Rua – Rádio Mayrink Veiga – de 1952 a 1960
Programa criado por Antônio Maria [Araújo de Morais] (17/03/1921-PE / 15/10/1964-RJ).

Antônio Maria, criador de Rua da Alegria

Antônio Maria, criador de Rua da Alegria

Antônio Maria escrevia, produzia e apresentava o programa contracenando com os tipos que passavam por aquela rua. Em Rua da Alegria o elenco era constituído pelos humoristas da Rádio Tupi-RJ: Nancy Wanderley, Abel Pera, Otávio França, Nádia Maria, Matinhos, Hamilton Ferreira, Orlando Drummond, Castro Gonzaga, Duarte Morais, Haydée Fernandes e Maria do Carmo.

Nancy Wanderley, ora nordestina ora uma esnobe

Nancy Wanderley, ora nordestina ora uma esnobe

Matinhos

Matinhos

Abel Pera

Abel Pera

Nádia Maria

Nádia Maria

Orlando Drummond ainda jovem

Orlando Drummond ainda jovem

Hamilton Ferreira, personagem maluco

Hamilton Ferreira, personagem maluco

De baixo para cima: João Fernandes, Otávio França, Castro Gonzaga e Abel Pera

De baixo para cima: João Fernandes, Otávio França, Castro Gonzaga e Abel Pera

Em 1952, Antônia Maria transferiu-se para a Rádio Mayrink Veiga, assim como a maior parte do elenco. Uma alteração na ordem das palavras e surgia, então, Alegria da Rua, mantendo os mesmo moldes do programa da Tupi.

Revista do rádio 1953

Revista do rádio 1953

A diferença é que o programa recebia o reforço dos humoristas mayrinkianos, tais como: Zé Trindade, Germano, Antônio Carlos Pires…

Zé Trindade

Zé Trindade

Germano, o eterno calouro Cazuza

Germano, o eterno calouro Cazuza

Antônio Carlos Pires

Antônio Carlos Pires

Clique no player e ouça um trecho de Rua da Alegria, na Rádio Tupi-RJ, no ano de 1952. A locução de abertura é de Antônio Luiz. A apresentação é do próprio Antônio Maria, que contracena com o personagem Lúcia, contador de causos, interpretado por Abel Pera.

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Americana tão boazinha

51 kate liraKatherine Lee Riddell Caughey de Barbosa Lyra, nascida em Ray, no estado do Arizona, Estados Unidos, mais conhecida como KATE LYRA fez carreira no Brasil como atriz, modelo e roteirista. Era casada com o cantor e compositor Carlinhos Lyra quando foi convidada a integrar o elenco da reedição do programa Praça da Alegria, na TV Globo, em 1977. Seu personagem era o da imigrante que não percebia a malandragem do homem brasileiro sempre disposto a aproveitar-se da sua ingenuidade e beleza. O personagem – que nos anos 60 fora sucesso ao ser interpretado por Jacqueline Myrna – foi sucesso imediato e solidificou o bordão “brasileiro é tão bonzinho”. Em 1978 Kate Lyra foi capa da Status, à época um dos “musts” do filão de revistas masculinas. Para surpresa geral, a revista trazia, além das generosas fotos de Kate, um encarte com um compacto simples (pequeno disco de vinil que continha uma música de cada lado) chamado Duas Faces do amor, com Kate Lyra cantando.

Encarte Revista Status Nº 51 - 1978

Encarte Revista Status Nº 51 – 1978

Quando ChegaresRomântica

As canções “Quando Chegares” e “Romântica” eram composições de Carlinhos Lyra. Clique no player e ouça Kate Lyra cantando “Quando chegares”.   

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Inezita, caipira Nº1

Inezita Capa
Inezita Barroso (1925-2015) é, e será sempre, a primeira dama da música sertaneja brasileira. Há muita pesquisa sobre seu trabalho. Posso citar, por exemplo o livro “Inezita Barroso: A História de Uma Brasileira”, de Arley Pereira, Ed. 34, assim como a sua biografia em “Inezita Barroso: Rainha da Música Caipira”, de Carlos Eduardo Oliveira, Ed. Kelps.  Por isso mesmo o Baú do Maga não pretende traçar aqui a trajetória de sua carreira. A intenção é apenas homenageá-la pontuando alguns momentos. Um deles, por exemplo, num dos primeiros registros de Inezita, ainda como amadora, em 1950.

Folha da Manhã - 31/08/1950

Folha da Manhã – 31/08/1950

 O registro da gravação de seu primeiro disco em 78 rpm, em 1951.

Revista do Rádio - 1951

Revista do Rádio – 1951

Sua primeira contratação em rádio na recém inaugurada Rádio Nacional de São Paulo, em 1952.1952 Inezita na Nacional 11952 Inezita na Nacional 2Em 1954, ela teria o seu primeiro programa de televisão.

O Estado de S. Paulo - 31/08/1954

O Estado de S. Paulo – 31/08/1954

E gravaria o seu primeiro LP.

Revista do Rádio - 1954

Revista do Rádio – 1954

E como consequência seria premiada naquela ano com o Troféu Roquette Pinto, como melhor cantora de música popular (fato que iria se repetir nos anos de 1955, 1956, 1957, 1958 e 1959).

Inezita Barros ao lado de Randal Juliano, ambos da Rádio Record

Inezita premiada juntamente com Randal Juliano

Inezita Barroso talvez tenha sido a primeira cantora a demonstrar que a música era a sua prioridade máxima, muito acima de qualquer valor financeiro.

Revista do Rádio - 1955

Revista do Rádio – 1955

E também a primeira a trazer para a televisão o folclore brasileiro numa sala de estar em seu programa “Apareça Lá em Casa”, pela TV Record de São Paulo.

Revista do Rádio - 1956

Revista do Rádio – 1956

 Clique no player e ouça “Curupira”, música gravada no primeiro disco de Inezita Barroso, em 1951.

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Sá e Guarabyra: profetas.

Sá e Guarabyra

Em 1971, o carioca Luíz Carlos Pereira de Sá unia-se ao baiano Guttemberg Nery Guarabyra Filho e ao também saudoso carioca José Rodrigues Trindade (Zé Rodrix), formando o trio Sá, Rodrix e Guarabyra.

Guarabyra, Sá e Zé Rodrix

Guarabyra, Sá e Zé Rodrix

Com a saída de Zé Rodrix, em 1973, a dupla Sá e Guarabyra continuou na estrada e criou vários sucessos, tais como Espanhola, Dona, Roque Santeiro. Em 1977, Sá e Guarabyra lançaram o LP (o famoso bolachão com 10 ou 12 músicas, dividades em 5 ou 6 de cada lado) chamado Pirão de Peixe com Pimenta. Sá e Guarabyra capaA faixa 1 do Lado A trazia o xote Sobradinho, uma verdadeira profecia dos problemas com (falta de) água dos dias atuais. “O sertão vai virar mar / e dá no coração / o medo que algum dia / o mar também vire sertão”.Sá e Guarabyra discoClique no player e ouça Sobradinho com Sá e Guarabyra (e, caso chore, economize as lágrimas).

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O rei do rádio de Sampa

Osvaldo Molles

Osvaldo Molles (1913-1967) foi cronista, jornalista, autor, radialista, compositor, redator, criador e diretor de programas de rádio e tv. Com quase trinta anos de carreira  (1939-1967), seu trabalho esteve sempre mais ligado ao rádio, tendo atuado apenas em televisão na TV Record.
Depois de um primeiro período escrevendo para jornal e revista, iniciou sua carreira no rádio como redator de PRG-2, Rádio Tupi de São Paulo, logo mudando-se para a Rádio Record, PRB-9, em 1940. Com exceção do período de 1951 a 1955, em que atuou pela PRH-9, Rádio Bandeirantes, Molles dedicou todo seu talento à Rádio Record. Nos microfones da PRH-9, seus textos e personagens foram interpretados por Simplício, Henrique Lobo, Pagano Sobrinho, Maria Amélia, Manoel de Nóbrega, Maria Tereza, Gastão Renê e Adoniran Barbosa, entre muitos outros.
Eclético, culto e inteligente, Osvaldo Molles escreveu sobre cultura, música, crítica social e política, crônicas cotidianas, dramaturgia policial e humor, que era seu carro chefe. Aliás, criava programas com a mesma facilidade com que escrevia humor. Foram inúmeros os seus sucessos: “Casa da Sogra”, “O Crime Não Compensa”, “Universidade Record”, “A Vida Através de Um Para-Brisas”, “Largo do Paissandu”, “Sertões”, “Alameda do Sorriso”, “História da Literatura Brasileira”, “Dicionário da Gíria”, “História que achei na rua”, “Dicionário da Gíria”, “Viagem por São Paulo”, “Conversa no ponto”, “Aqui, Gerarda”, “Conversa de Lotação”e “História das Malocas”; este último o mais famoso.
A maioria de suas personagens tinha uma grande carga popular e, em geral, eram situadas também em bairros populares paulistanos, tais como Brás, Mooca, Barra Funda e Bixiga. Daí pode-se concluir que Osvaldo Molles possivelmente tenha sido o autor e criador que melhor entendeu o rádio paulistano e seus ouvintes.
Muitas das personagens que criou foram interpretadas por Adoniran Barbosa. Aliás, Molles foi quem melhor soube escrever textos cômicos explorando o humor natural de Adoniran. Não foi por outro motivo que desta parceria surgiram, além de programas e personagens, canções como “Ai, Guiomar”, “Pafunça” (personagem de História das Malocas interpretada por Maria Amélia), “Sai água da minha boca”, “O casamento do Moacir”, “Segura o apito” (nome de programa criado por Molles) e a antológica “Tiro ao Árvaro”.

Osvaldo Molles e Adoniran Barbosa

Osvaldo Molles e Adoniran Barbosa

Premiadíssimo, dentre os vários troféus que recebeu, ressalte-se que Osvaldo Molles foi contemplado 7 vezes com o Troféu Roquette Pinto e com o Troféu Paulo Machado de Carvalho, instituído pela Associação Paulista de Propaganda, por ter criado o programa “Dicionário de Gírias”, considerado o melhor programa do rádio paulista no ano de 1957. Veja detalhes das criações e personagens; ouça o áudio de alguns programas, acessando Humor Brasileiro, do Baú do Maga, através do link abaixo

http://baudomaga.com.br/humor/2015/01/28/osvaldo-molles/

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