Baú do Maga

Leporace, humor e comédia

OK Leporace 1965

Quando se ouve falar em Vicente Leporace, a primeira lembrança que vem à mente é a daquele jornalista e radialista combativo, nunca intimidado, que por 15 anos (1963–1978) esteve à frente de um dos mais emblemáticos programas jornalístico e opinativo do rádio brasileiro: O Trabuco, da Rádio Bandeirantes.

Rádio Bandeirantes 1965

Rádio Bandeirantes 1965

Entretanto, em seus mais de 50 anos de trabalho em comunicação, Leporace também foi também apresentador de vários programas na tv.

1956

1956

1958

1958

Chegou, inclusive, a ser apresentador de um famosos programa infantil: A Grande Ginkana Kibon.

1956-1965

1956-1965

Vicente Leporace também enveredou pelos caminhos do esporte.

1952

1952

1960

1960

 Sem falar nos programas que envolviam as novidades em discos, uma de suas paixões além do Corinthians.

1954

1954

1957

1957

Em outras vezes, Leporace assumia o seu lado jornalista sério.

1959

1959

Ou partia para o jornalismo com muito bom humor. 

1963

1963

Folha de SP 1963

Folha de SP 1963

Vicente Leporace iniciou no rádio com apenas 16 anos na Rádio Club Hertz, da cidade de Franca (SP). Foi meio por acaso. O locutor da rádio faltou e ele foi chamado para apenas trocar os discos na vitrola e dar o prefixo da rádio, PRB-5. Nunca mais abandonou o rádio. Depois de Franca, foi para a Atlântica de Santos e, por um brevíssimo, período para a Mayrink Veiga, no Rio de Janeiro, onde trabalhava o radioator Sebastião Leporace, seu irmão. Em 1949, Vicente Leporace veio para São Paulo e começou a trabalhar na Rádio Record., despontando como uma excelente COMEDIANTE.

Revista do Rádio 1951

Revista do Rádio 1951

Leporace não era apenas um ótimo comediante, mas também um ótimo HUMORISTA, pois escrevia excelentes textos de humor, tanto para o rádio quanto para a televisão. 

1953

1953

1954

1954

O reconhecimento de Vicente Leporace como comediante deu-se em 1955 quando recebeu o Troféu Roquette Pinto como “O Melhor Comediante de 1954″.

Diário da Noite 1955

Diário da Noite 1955

Revista do Rádio 1955

Revista do Rádio 1955

A fama de Leporace no humor radiofônico era incontestável.

1955

1955

1957

1957

E um de seus personagens mais marcantes foi… O PRIMO RICO, trabalhando ao lado de Brandão Filho, O PRIMO POBRE, uma criação de Max Nunes. 

1955

1955

1955

1955

1955

1955

Vicente Leporace também fez comédia em cinema, atuando nos filmes Sai Da Frente e Nadando Em Dinheiro (ambos com Mazzaropi) e em É Proibido Beijar (com Tônia Carrero).  Infelizmente não existem registros de Vicente Leporace como comediante. Mesmo assim, vale a pena relembrar (ou, então, conhecê-lo) seu humor sarcástico em trechos editados de uma entrevista dada em 1977 para o programa Vox Populi da TV Cultura. Clique no player e assista.

 

 

 

 

 

 

 

 

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Baiano dois em um

02 1954 Mário Tupinambá

Seu nome de batismo era Juvemário de Oilveira Tupinambá, mas ficou conhecido como Mário Tupinambá. Nasceu em Nazaré da Farinhas-BA, em 1932, e faleceu no Rio de Janeiro, em 2010. Começou sua carreira artística como locutor na Rádio Excelsior da Bahia e depois foi radio-ator na Rádio Sociedade. Foi ali que se percebeu que, além de ator e locutor, era também um excelente comediante. Em 1952 saiu da Bahia e veio para a Rádio Bandeirantes já como comediante. 

Revista da Semana 1952

Revista da Semana 1952

Em 1956, na Rádio Tupi do Rio, criou um personagem baiano recém chegado ao Rio. Dois anos depois Max Nunes criou o Deputado Baiano para o programa Boate do Ali Babá, personagem que lhe deu prestígio nacional. O personagem do Deputado Baiano foi, sem dúvida, o mais famoso e o que mais inimigos criou para Mário Tupinambá. Sobretudo alguns políticos baianos, que não gostavam muito da brincadeira. Um deles, Aliomar Baleeiro, chegou a culpar Tupinambá pela sua não reeleição em 1958 a deputado federal, tendo ficado na suplência (Aliomar Baleeiro foi Ministro do STF no governo Castelo Branco). E o então suplente ficou ainda mais p* da vida quando, para provocar, Tupinambá resolveu falar em cena que o convocaria para ser Ministro do Coco. Mário Tupinambá e o Deputado Baiano pareciam ser uma só pessoa. Seja nos momentos felizes.

Revista do Rádio 1959

Revista do Rádio 1959

Como nos momentos tristes. 

Revista do Rádio 1964

Revista do Rádio 1964

Em 1959, no filme “Titio Não é Sopa,” com Procópio Ferreira, Mário Tupinambá faz uma participação especial com o personagem Deputado Baiano no musical “Baiano Burro Nasce Morto”, cantado pelo também baiano Gordurinha (Waldeck Artur de Macedo). Clique no player e assista à cena. 

Além de atuar, Tupinambá também escrevia humor muito bem. Tanto é que Chico Anysio o manteve entre o quadro de redatores de seus programas por muito tempo. Foi em Chico Anysio Show, que Tupinambá criou o poeta baiano Bertoldo Brecha, parodiando o nome do poeta e dramaturgo alemão Bertholt Brechet. O personagem Bertoldo Brecha tornou-se famoso na Escolinha do Professor Raimundo com os bordões “Veeeenha” e “Zé Finí”. Em 1998, o personagem Bertoldo Brecha, na Escolinha do Barulho, da TV Record, de 1998, contracenava com Dr. Enéas Carneiro (Meu nome é ENÉAS!), que fazia participação especial como professor.  Clique no player e assista à cena. 

Acesse a página Pérolas Sonoras deste blog e ouça a marchinha “Peço a Palavra”, gravada em 1959, pelo próprio Deputado Baiano.

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O Casal 20 do humor

01 RENATO E BISU

Renato Côrte Real (1924-1982) e Bisu (Tereza Ferreira Côrte Real) já eram casados quando Renato iniciou a vida artística em 1954. O casal protagonizou dois programas: “As Aventuras do Comendador” e “Papai Sabe Nada”, sendo este último juntamente com os filhos Ju Côrte Real (1949-2012) e Ricardo Côrte Real. Também estiveram juntos em vários outros programas como “Alegria 81″ (TVS) e “Faça Humor, Não Faça Guerra” (TV Globo).  Veja Renato Côrte Real e Bisu em vídeo acessando o post Papai Sabe Nada na página Humor Brasileiro.  

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Aiô, Rin-Tin!!!!

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Quem alguma vez assistiu à série televisiva As Aventuras de Rin-Tin-Tin talvez não imagine quantas gerações de cães pastor-alemão chamados Rin-Tin-Tin tenham existido anteriormente. O verdadeiro Rin-Tin-Tin foi um filhote de cão pastor-alemão encontrado na França por um capitão da Forção Expedicionário dos Estados Unidos, durante a Primeira guerra Mundial. Quando voltou para os Estados Unidos, o regimento adotou o cão, que passou a ser treinado pelo próprio capitão, que foi – aliás – quem o batizou. O cinema americano utilizou-se da história e transformou o cão em herói de cinema e de rádio, produzindo aventuras de Rin-Tin-Tin nos dois veículos. NO Brasil, uma das primeiras referências que se tem de Rin-Tin-Tin está no anúncio de um seriado de cinema impresso no jornal Folha da Manhã, em 1925.

Folha da Manhã 23/10/1925

Folha da Manhã 23/10/1925

 Os seriados com Rin-Tin-Tin como protagonistas saíram da década de 20 e entraram na década de 30 com o mesmo sucesso. 

Estadão 28/07/1931

Estadão 28/07/1931

Meu amigo, comediante e humorista Carlos Alberto de Nóbrega, me confidenciou certa vez que, quando menino, seu apelido na escola era Rin-Tin-Tin por ser filho de um artista famoso: Manoel de Nóbrega. Juntamente com a collie Lassie, Rin-Tin-Tin era sinônimo de cão valente e corajoso, capaz de incentivar o desenvolvimento de tese como se pode ver no último parágrafo de matéria veiculada em 1955 pelo Estadão. 

Estadão 26/10/1055

Estadão 26/10/1055

Rin-Tin-Tin foi lançado em gibi pela Editora Abril, em 1956, contando as aventuras do cão pastor-alemão. OK rin-tin-tin-12-1957-otimo-pra-excelente-rogibis-20541-MLB20193519419_112014-F OK rin-tin-tin-12-1957-otimo-pra-excelente-rogibis-20597-MLB20193519425_112014-F

Dois anos depois, Rin-Tin-Tin chegava às telas da televisão com direito a anúncio no jornal Folha da Manhã.

Folha da Manhã 24/09/1959

Folha da Manhã 24/09/1959

 A partir daquele 24/09/1959, uma sexta-feira, a TV Tupi de São Paulo passaria a exibir um episódio da série todas as sextas em horário nobre, às 20 horas.

Estadão 12/06/1959

Estadão 12/06/1959

A série era ambientada no Forte Apache, na segunda metade do século 19, onde Rin-Tin-Tin juntamente com o garoto Rusty haviam sido adotados pelos soldados do exército.

Cabo Rusty e Rin-Tin-Tin

Cabo Rusty e Rin-Tin-Tin

Assim, Rin-Tin-Tin e o cabo Rusty acompanhavam o tenente Rip Master, sargento O’Hara e o cabo Boone enfrentando índios sioux, cheyennes, pele-vermelhas, comanches, assim como bandidos de uma forma geral. O Rin-Tin-Tin da série televisiva já era a quarta geração do Rin-Tin-Tin original. 

Rin-Tin-Tin, Rusty, Master e Boone

Rin-Tin-Tin, Rusty, Master e Boone

Rusty, Rintin-Tin, O´Hara e Master

Rusty, Rin-Tin-Tin, O´Hara e Master

O sucesso de Rin-Tin-Tin e Rusty era tão grande que fizeram com que surgissem os inevitáveis sorteios.

Estadão 06/10/1960

Estadão 06/10/1960

A série teve 160 episódios, foi filmada de 1954 a 1959, e foram utilizados, ao todo, três cães pastor-alemão. No Brasil, a série, totalmente dublada, foi inicialmente veiculada pela TV Tupi, tendo depois sido reexibida pela TV Record, TV Gazeta, TV Globo e mais recentemente o canal Warner. Uma das marcas registradas em todos os episódios era o comando dado pelo Cabo Rusty para que Rin-Tin-Tin atacasse o inimigo: Aiô, Rin-Tin! O responsável pela voz de cabo Rusty foi o ator e dublador Zezinho Cutolo

Zezinho Cutulo

Zezinho Cutulo

Clique no player e relembre a abertura e um trecho do episódio O Ataque dos Comanches do seriado As Aventuras de Rin-Tin-Tin. 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Pais de talento

Rose e Antônio

Antônio Carlos {na época, chamado pelo nome completo Antônio Carlos Pires) foi sucesso absoluto como comediante de rádio e tevê. Em tevê ele arrasava com o personagem do Professor Lourenço no quadro Escola para Adultos, dentro do programa Noite de Gala.

Antônio Carlos Pires

Antônio Carlos Pires

O professor Lourenço derretia-se pela gostosíssima aluna Dona Gegé (interpretado por Sônia Lancelotti, no Rio, e Líria Marçal, sem São Paulo). O quadro foi uma criação de Chico Anysio, que o deu de presente a Antônio Carlos. Você poderá ouvir a marchinha Dona Gegé na sessão Pérolas Sonoras, aqui do blog. Uma das filhas de Antônio Carlos seguiu a mesma carreira vitoriosa do pai: Glória Pires.

Glória Pires

Glória Pires

Em rádio, Antônio Carlos arrasava com o personagem Hermelindo Goiabeira, um mineirinho, que também fora presente de Chico Anysio. Na mesma época, Rose Rondelli – uma das Certinhas do Lalau – era a sensação do programa Miss Campeonato, tanto pela Rádio Mayrink Veiga quando pela TV Paulista. 

Rose Rondelli

Rose Rondelli

Rose Rondelli foi casada com Chico Anysio e deste relacionamento nasceu Nizo Neto, o Seo Ptolomeu, aluno super inteligente de A Escolinha do Professor Raimundo. 

Nizo Neto

Nizo Neto

Antônio Carlos, um pai que passou talento a uma filha, e Rose Rondelli, mãe que passou talento a um filho, poderão ser vistos juntos em cena da comédia “Quanto Mais Samba, Melhor”, acessando a página Humor Brasileiro deste blog.

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