Baú do Maga

Inezita, caipira Nº1

Inezita Capa
Inezita Barroso (1925-2015) é, e será sempre, a primeira dama da música sertaneja brasileira. Há muita pesquisa sobre seu trabalho. Posso citar, por exemplo o livro “Inezita Barroso: A História de Uma Brasileira”, de Arley Pereira, Ed. 34, assim como a sua biografia em “Inezita Barroso: Rainha da Música Caipira”, de Carlos Eduardo Oliveira, Ed. Kelps.  Por isso mesmo o Baú do Maga não pretende traçar aqui a trajetória de sua carreira. A intenção é apenas homenageá-la pontuando alguns momentos. Um deles, por exemplo, num dos primeiros registros de Inezita, ainda como amadora, em 1950.

Folha da Manhã - 31/08/1950

Folha da Manhã – 31/08/1950

 O registro da gravação de seu primeiro disco em 78 rpm, em 1951.

Revista do Rádio - 1951

Revista do Rádio – 1951

Sua primeira contratação em rádio na recém inaugurada Rádio Nacional de São Paulo, em 1952.1952 Inezita na Nacional 11952 Inezita na Nacional 2Em 1954, ela teria o seu primeiro programa de televisão.

O Estado de S. Paulo - 31/08/1954

O Estado de S. Paulo – 31/08/1954

E gravaria o seu primeiro LP.

Revista do Rádio - 1954

Revista do Rádio – 1954

E como consequência seria premiada naquela ano com o Troféu Roquette Pinto, como melhor cantora de música popular (fato que iria se repetir nos anos de 1955, 1956, 1957, 1958 e 1959).

Inezita Barros ao lado de Randal Juliano, ambos da Rádio Record

Inezita premiada juntamente com Randal Juliano

Inezita Barroso talvez tenha sido a primeira cantora a demonstrar que a música era a sua prioridade máxima, muito acima de qualquer valor financeiro.

Revista do Rádio - 1955

Revista do Rádio – 1955

E também a primeira a trazer para a televisão o folclore brasileiro numa sala de estar em seu programa “Apareça Lá em Casa”, pela TV Record de São Paulo.

Revista do Rádio - 1956

Revista do Rádio – 1956

 Clique no player e ouça “Curupira”, música gravada no primeiro disco de Inezita Barroso, em 1951.

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O rei do rádio de Sampa

Osvaldo Molles

Osvaldo Molles (1913-1967) foi cronista, jornalista, autor, radialista, compositor, redator, criador e diretor de programas de rádio e tv. Com quase trinta anos de carreira  (1939-1967), seu trabalho esteve sempre mais ligado ao rádio, tendo atuado apenas em televisão na TV Record.
Depois de um primeiro período escrevendo para jornal e revista, iniciou sua carreira no rádio como redator de PRG-2, Rádio Tupi de São Paulo, logo mudando-se para a Rádio Record, PRB-9, em 1940. Com exceção do período de 1951 a 1955, em que atuou pela PRH-9, Rádio Bandeirantes, Molles dedicou todo seu talento à Rádio Record. Nos microfones da PRH-9, seus textos e personagens foram interpretados por Simplício, Henrique Lobo, Pagano Sobrinho, Maria Amélia, Manoel de Nóbrega, Maria Tereza, Gastão Renê e Adoniran Barbosa, entre muitos outros.
Eclético, culto e inteligente, Osvaldo Molles escreveu sobre cultura, música, crítica social e política, crônicas cotidianas, dramaturgia policial e humor, que era seu carro chefe. Aliás, criava programas com a mesma facilidade com que escrevia humor. Foram inúmeros os seus sucessos: “Casa da Sogra”, “O Crime Não Compensa”, “Universidade Record”, “A Vida Através de Um Para-Brisas”, “Largo do Paissandu”, “Sertões”, “Alameda do Sorriso”, “História da Literatura Brasileira”, “Dicionário da Gíria”, “História que achei na rua”, “Dicionário da Gíria”, “Viagem por São Paulo”, “Conversa no ponto”, “Aqui, Gerarda”, “Conversa de Lotação”e “História das Malocas”; este último o mais famoso.
A maioria de suas personagens tinha uma grande carga popular e, em geral, eram situadas também em bairros populares paulistanos, tais como Brás, Mooca, Barra Funda e Bixiga. Daí pode-se concluir que Osvaldo Molles possivelmente tenha sido o autor e criador que melhor entendeu o rádio paulistano e seus ouvintes.
Muitas das personagens que criou foram interpretadas por Adoniran Barbosa. Aliás, Molles foi quem melhor soube escrever textos cômicos explorando o humor natural de Adoniran. Não foi por outro motivo que desta parceria surgiram, além de programas e personagens, canções como “Ai, Guiomar”, “Pafunça” (personagem de História das Malocas interpretada por Maria Amélia), “Sai água da minha boca”, “O casamento do Moacir”, “Segura o apito” (nome de programa criado por Molles) e a antológica “Tiro ao Árvaro”.

Osvaldo Molles e Adoniran Barbosa

Osvaldo Molles e Adoniran Barbosa

Premiadíssimo, dentre os vários troféus que recebeu, ressalte-se que Osvaldo Molles foi contemplado 7 vezes com o Troféu Roquette Pinto e com o Troféu Paulo Machado de Carvalho, instituído pela Associação Paulista de Propaganda, por ter criado o programa “Dicionário de Gírias”, considerado o melhor programa do rádio paulista no ano de 1957. Veja detalhes das criações e personagens; ouça o áudio de alguns programas, acessando Humor Brasileiro, do Baú do Maga, através do link abaixo

http://baudomaga.com.br/humor/2015/01/28/osvaldo-molles/

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