José Silveira Sampaio (1914-1964), ou simplesmente Silveira Sampaio, foi médico pediatra, autor teatral, ator, roteirista e apresentador. Iniciou sua carreira como autor quando ainda tinha 17 anos, escrevendo a peça “Futebol em Família”. Em televisão foi o pioneiro do talk show no Brasil. Seu primeiro programa em TV chamou-se “Pessoalmente com Silveira Sampaio” que foi veiculado pela TV-Rio, em 1957.
Revista do Rádio 1957
Pouco tempo depois o programa passou a se chamar “Em busca do bate-papo perdido”. Ainda no mesmo ano, Silveira Sampaio lançaria em São Paulo, pela TV Record, o programa “Bate-papo com Silveira Sampaio”.
Revista do Rádio 1957
7 Dias na TV – 1958
O Estado de S. Paulo 1959
A receita era simples: durante 30 minutos, Silveira Sampaio conversava com uma pequena plateia no auditório comentando sobre atualidades. Falava sobre tudo: cinema, futebol, teatro, economia, mundo moderno e, sobretudo, política. Muitas vezes, ele pegava um telefone e simulava uma conversa satirizando seu interlocutor.
Revista do Rádio 1958
Uma de suas principais vítimas desses “telefonemas” era Carlos Lacerda, então, governador do Rio de Janeiro, a quem Silveira Sampaio tratava simplesmente por Carlos.
Revista do Rádio
Inteligente, bem articulado, culto e com uma peculiar ironia, em pouco tempo Silveira Sampaio tornou famosos seu programa.
1960 Revista do Rádio
Jô Soares, ainda em início de carreira, foi seu redator, chegando também a colaborar em reportagens internacionais. Em 1961, já na TV Paulista, ele estrearia “S.S. Show”, passando a trabalhar com entrevistas diárias.
Folha de São Paulo 1961
Folha de São Paulo 1961
Intervalo 1962
Mais uma vez de volta a TV Record, o programa de Silveira Sampaio passou a ser referência, sinônimo de entrevista culta, inteligente e com doses de humor na medida certa.
O Estado de S. Paulo 1964
O Estado de S. Paulo 1964
Clique no player e ouça um trecho do programa “Bate-papo com Silveira Sampaio”, de 1960, que foi gravado em disco e lançado com o mesmo título.
No início dos anos 1950 a produtora americana Miller, MacKay, Hoech & Hartung criou para a Bardahl um grupo de personagens cujo ideal era desgastar e acabar com motor dos veículos. Tal grupo de malfeitores – formado por Black Carbon, Dirty Sludge, Gummy Rings e Sticky Valves – foi batizado de Grimer Gang. E para combater “os do mal” foi criado o personagem “do bem”, o detetive Bardahl.
The Grimer Gang x Detective Bardahl
Segundo consta em pesquisas, o detetive Bardahl foi criado com base no personagem Joe Friday [interpretado por Jack Webb], detetive da série Dragnet (termo que indica batida policial).
Joe Friday da série americana Dragnet
Os comerciais em forma de desenho animado não apenas aumentaram as vendas de Bardahl como fizeram os personagens de Grimer Gang caírem no gosto popular. Clique no player e assista a um comercial original de Grimer Gang de 1959.
O conceito da campanha da Bardahl era simples e objetivo: o Detetive Bardahl protegia o motor do carro contra os terríveis ataques da Grimer Gang. Era o bem sempre vencendo o mal.
Cartaz promocional americano da Grimer Gang
Em 1956 a Bardahl resolveu trazer os seus personagens para o Brasil. Aqui a Grimer Gang foi batizada de A Turminha Brava e seus personagens foram rebatizados com versões aproximadas de seus nomes originais. Black Carbon tornou-se Carvãozinho; Sticky Valves foi transformado em Chico Válvula Presa; Gummy Rings no Zé dos Anéis Presos e Dirty Sludge em Antônio Sujo. Inicialmente a Turminha Brava era veiculada apenas em anúncios nos principais jornais de 1956.
Folha de São Paulo 1956
Estadão – 1956
Última Hora – 1956
Diário da Noite – 1956
Os comerciais em forma de desenho animado passaram a ser veiculados na tv apenas a partir de 1957. Eram os mesmos produzidos nos Estados Unidos, porém com dublagem brasileira. Um dos dubladores era Gastão Renê, dono de uma excelente voz caricata. Clique no player e assista e um comercial da Turminha Brava no final dos anos 1950.
Os comerciais, que tinham inicialmente a assinatura “Com Bardahl tudo anda bem”, e posteriormente “Tudo anda bem com Bardahl”, enfocavam ora a Turminha ora apenas algum de seus componentes. Clique no player e assista a um comercial enfocando Chico Válvula Presa (na voz do comediante Gastão Renê), no final do anos 1950.
Os comerciais de televisão fizeram com que a Turminha Brava se tornasse querida do público, sobretudo do público infantil.
Cartaz promocional da Turminha Brava
Cartaz promocional da Turminha Brava
Cartaz promocional da Turminha Brava
Não demoraram para surgir brindes com os bonecos da Turminha Brava que eram ofertados em postos de gasolina para serem colocados no retrovisor dos veículos.
Bonequinho do Zé dos Anéis Presos
A partir de 1963 a Turminha Brava passou a contar com uma aliada criada: a Clarimunda, especialmente para o mercado brasileiro. Clarimunda tinha um corpo curvilíneo, uma representação perfeita de mulher brasileira. Da mesma forma como acontecera com a Turminha Brava, Clarimunda foi introduzida inicialmente através dos jornais.
Última Hora – 1963
Mas logo Clarimunda participaria dos novos desenhos da Turminha Brava, já aqui produzidos, ainda nos tempos do branco e preto. Clique no player e assista a um comercial da Turminha Brava já nos anos 1960.
Assim como os seus companheiros, o personagem da Clarimunda também caiu no gosto popular.
Folha de São Paulo – 1963
Prova é que, nos anos 60, havia um determinado tipo de mulher que era apelidado de Clarimunda: a feia de cara, mas boa de bunda. Clique no player e assista u comercial em que Clarimunda tenta seduzir um motorista.
O último elemento da Turminha Brava foi criado em 1984. Seu nome era Kidesgaste e seu tipo já não mais lembrava os gângsteres americanos.
Revista Veja – 1984
A partir de 1994 a Turminha Brava da Bardahl foi totalmente recriada como conceito de personagens e figurinos. Tomando a referência visual do filme Dick Tracy, de 1990, o detetive Bardahl ressurgia num novo figurino lutando agora contra a Motor Gang com os personagens Crazy Water, Bad Oil, Motor Killer e Kid Smoke, tendo a sensual Drag Car no papel feminino.
Revista Veja – 1995
Mas o que ficou na memória foram o charme e a graça a primeira turminha em preto e branco.
Em 22 de Setembro de 1963 Ray Charles realizou seu primeiro show no Brasil.
O espetáculo foi transmitido diretamente do palco da TV Excelsior de São Paulo, Canal 9. A apresentação foi ao vivo com a presença de sua orquestra,
Ray Charles e orquestra
do backing vocal The Raeletts (Gwen Berry, Margie Hendrix, Darlene McCray e Patricia Richards)
The Raeletts
e com direito, inclusive, a microfone em cima do piano. Ray Charles cantou e empolgou a plateia com vários dos seus sucessos, tais como What’d I Say, Hit The Road Jack e I Can’t Stop Loving You. Mas um dos pontos altos foi o momento em que ele deixou o piano e postou-se à frente da orquestra para tocar o mais puro jazz de improviso ao som de um saxofone. Clique no player e assiste, em P&B, Ray Charles em seu improviso jazzístico.