Foram inúmeros os personagens interpretados pela comediante Maria Tereza (Maria Tereza Fróes 1936-1999). Mãe Mundinha, a mãe-de-santo; Dona Vamércia, a fofoqueira da janela de A Praça É Nossa; Zé Galinha, o engraxate; Lady Grace Benedita, a superstar; Terezoca, criada para o rádio dentro do programa História das Malocas, protagonizado juntamente com Adoniran Barbosa. Todos foram um sucesso, assim como Dona Farmaca, nos anos 60, cuja principal característica era a hipocondria. Seu prazer era falar sobre remédios e doenças, em geral, trazendo um grande mal-estar a seus interlocutores. Conheça melhor ou mate a saudade de Dona Farmaca assistindo a um esquete da personagem na página Humor Brasileiro deste blog.
Seu nome era José Silveira Sampaio. Nascei no Rio de Janeiro em 08/06/1914. Em 1931, com apenas 17 anos e já cursando a Faculdade de Medicina, escreveu a peça “Futebol em família”, em parceria com Arnaldo Faro, obtendo prêmio em concurso promovido pelo Jornal do Brasil. Foi médico pediatra, mas abandonou a Medicina para dedicar-se exclusivamente ao teatro como autor, ator, produtor e empresário, tendo fundado o Teatro de Bolso De Ipanema. Seu estilo era cômico sem deixar de ser elegante. Dentre suas peças de maior destaque estão “O cavalheiro sem camélias”, “Deu Fred contra”, “No País dos Cadilacs”, “Triângulo escaleno”, “Brasil de Pedro a Pedro”. Em 1957, Silveira Sampaio estreou na televisão com o programa “Pessoalmente com Silveira Sampaio”, título que logo foi alterado para “Em busca do bate-papo perdido”.
O programa era exibido pela TV Rio e, nele, Silveira Sampaio iniciava a essência do talk show, comentando com o público as notícias do cotidiano. Ainda no mesmo ano, Silveira Sampaio lançou em São Paulo, pela TV Record, o programa “Bate-papo com Silveira Sampaio”. A receita era simples: durante 30 minutos, Silveira Sampaio conversava com uma pequena plateia no auditório comentando sobre atualidades, utilizando-se da sátira e fina ironia. Falava sobre tudo: cinema, futebol, teatro, economia, mundo moderno e, sobretudo, política.
Muitas vezes, ele pegava um telefone e simulava uma conversa satirizando seu interlocutor. Na TV Rio, uma de suas principais vítimas desses “telefonemas” era Carlos Lacerda, então, governador do Rio de Janeiro, a quem costumava tratar simplesmente por Carlos.
Conta-se nos bastidores que este teria sido o principal motivo de seu programa haver sido censurado inúmeras vezes na TV Rio, fazendo com que Silveira Sampaio se dedicasse mais a São Paulo.
Inteligente, bem articulado, culto e com uma peculiar ironia, em pouco tempo Silveira Sampaio tornou famosos seu programa. Jô Soares, ainda em início de carreira, foi seu redator, chegando também a colaborar em reportagens internacionais.
Ainda em 1957 ele passaria para a TV Paulista.
Ficaria até 1961 com o “Bate-papo com Silveira Sampaio” quando, então, estrearia “S.S. Show”, passando a trabalhar com entrevistas diárias.
Seu prestígio e credibilidade fizeram com que houvesse verdadeira concorrência para patrocinar seu programa. Isso pode ser observado pelos diversos anúncios de seu programa em diferentes revistas.
Paralelo à televisão, Silveira Sampaio escrevia uma crônica diária no jornal Folha de São Paulo, também batizada de “Bate-papo com Silveira Sampaio”.
Em 1964 Silveira Sampaio retornava à TV Record, mantendo seus altos índices de popularidade e audiência em São Paulo, assim como no Rio pela TV Rio.
Veio a falecer em 24/11/1964 causando comoção em todo meio teatral e televisivo. Deixou seu nome marcado na televisão brasileira como o pioneiro do talk show. Você poderá ouvir um trecho do programa “Bata-Papo com Silveira Sampaio”, de 1960, acessando a página Pérolas Sonoras do blog.
Patrulheiros Toddy
TV Tupi-SP de 1961 a 1963
O nome original da série era The Tales Of The Texas Ranges (Os Contos dos Texas Rangers) que foi exibido pela TV americana de 1955 a 1958. Aqui no Brasil, a série começou a ser exibida pela TV Tupi de São Paulo apenas a partir de 1961 . O título foi adaptado para Patrulheiros do Oeste e sua exibição era aos sábados às 20 horas. Da mesma forma como várias outras séries de faroeste (Roy Rogers, Rin-Tin-Tin e outros), que tomavam conta da programação da TV brasileira, Os Patrulheiros do Oeste não demorou a se tornar um sucesso. O patrocínio era de Toddy que, na época, liderava a a venda da linha dos achocolatados. Tal não foi outro o motivo para que a série tivesse nova adaptação em seu título: Patrulheiros Toddy.
A série transformou-se numa febre em São Paulo. Aproveitando-se do momento, o patrocinador passou a promover o sorteio de um uniforme completo de Patrulheiro Toddy (ou do Oeste). Basta para isso enviar o rótulo da embalagem de Toddy com nome, endereços, etc. Talvez tenha sido esta série um dos raros casos que o título foi adaptado ao nome do patrocinador. Há que se lembrar que nessa época nem todas a séries eram dubladas, daí a necessidade de se divulgar que Patrulheiros do Oeste era exibido com dublagem. Patrulheiros Toddy ficou no ar até o início de 1963 quando deu lugar a outro fenômeno de série de faroeste: Bonanza.
Clique no player e veja a abertura original dos Patrulheiros Toddy.