Baú do Maga

O rei do rádio de Sampa

Osvaldo Molles

Osvaldo Molles (1913-1967) foi cronista, jornalista, autor, radialista, compositor, redator, criador e diretor de programas de rádio e tv. Com quase trinta anos de carreira  (1939-1967), seu trabalho esteve sempre mais ligado ao rádio, tendo atuado apenas em televisão na TV Record.
Depois de um primeiro período escrevendo para jornal e revista, iniciou sua carreira no rádio como redator de PRG-2, Rádio Tupi de São Paulo, logo mudando-se para a Rádio Record, PRB-9, em 1940. Com exceção do período de 1951 a 1955, em que atuou pela PRH-9, Rádio Bandeirantes, Molles dedicou todo seu talento à Rádio Record. Nos microfones da PRH-9, seus textos e personagens foram interpretados por Simplício, Henrique Lobo, Pagano Sobrinho, Maria Amélia, Manoel de Nóbrega, Maria Tereza, Gastão Renê e Adoniran Barbosa, entre muitos outros.
Eclético, culto e inteligente, Osvaldo Molles escreveu sobre cultura, música, crítica social e política, crônicas cotidianas, dramaturgia policial e humor, que era seu carro chefe. Aliás, criava programas com a mesma facilidade com que escrevia humor. Foram inúmeros os seus sucessos: “Casa da Sogra”, “O Crime Não Compensa”, “Universidade Record”, “A Vida Através de Um Para-Brisas”, “Largo do Paissandu”, “Sertões”, “Alameda do Sorriso”, “História da Literatura Brasileira”, “Dicionário da Gíria”, “História que achei na rua”, “Dicionário da Gíria”, “Viagem por São Paulo”, “Conversa no ponto”, “Aqui, Gerarda”, “Conversa de Lotação”e “História das Malocas”; este último o mais famoso.
A maioria de suas personagens tinha uma grande carga popular e, em geral, eram situadas também em bairros populares paulistanos, tais como Brás, Mooca, Barra Funda e Bixiga. Daí pode-se concluir que Osvaldo Molles possivelmente tenha sido o autor e criador que melhor entendeu o rádio paulistano e seus ouvintes.
Muitas das personagens que criou foram interpretadas por Adoniran Barbosa. Aliás, Molles foi quem melhor soube escrever textos cômicos explorando o humor natural de Adoniran. Não foi por outro motivo que desta parceria surgiram, além de programas e personagens, canções como “Ai, Guiomar”, “Pafunça” (personagem de História das Malocas interpretada por Maria Amélia), “Sai água da minha boca”, “O casamento do Moacir”, “Segura o apito” (nome de programa criado por Molles) e a antológica “Tiro ao Árvaro”.

Osvaldo Molles e Adoniran Barbosa

Osvaldo Molles e Adoniran Barbosa

Premiadíssimo, dentre os vários troféus que recebeu, ressalte-se que Osvaldo Molles foi contemplado 7 vezes com o Troféu Roquette Pinto e com o Troféu Paulo Machado de Carvalho, instituído pela Associação Paulista de Propaganda, por ter criado o programa “Dicionário de Gírias”, considerado o melhor programa do rádio paulista no ano de 1957. Veja detalhes das criações e personagens; ouça o áudio de alguns programas, acessando Humor Brasileiro, do Baú do Maga, através do link abaixo

http://baudomaga.com.br/humor/2015/01/28/osvaldo-molles/

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Santelmo (Chico Anysio)

Santelmo - Noites Cariocas - 1960

Santelmo – Noites Cariocas – 1960

Em 1960, o programa “Noites Cariocas” era sucesso absoluto na TV Rio e, simultaneamente, na TV Record. Um dos pontos altos do programa era a participação do personagem Santelmo, criado por Chico Anysio. Santelmo dos Anjos (Chico Anysio sempre dava nome e sobrenome aos seus personagens, embora nem sempre o sobrenome fosse conhecido do público)  era um dedicado e inocente marido, que jamais percebia as traições de sua esposa, a Dadivosa. O personagem possuía características marcantes. Uma delas era a voz fraquinha e fina, que acompanhava um sorriso bobinho. Outra característica era o pirulito do qual sempre se deliciava durante os esquetes. O personagem também tinha um bordão que se tornou famoso: Ignoro!
Depois de Noites Cariocas, o personagem acompanhou Chico Anysio ao “Chico Anysio Show” tanto na TV Rio como posteriormente na TV Excelsior. A força do personagem pode ser conferida no interessante “telegrama” postado em página de edição do Jornal do Brasil de 1964 numa convocação de Santelmo por Chico Anysio, que anunciava sua volta à TV RIO. 1964 Santelmo telegramaOuça um esquete de Santelmo (com a participação da atriz Zélia Guimarães) gravado em 1962, no programa Chico Anysio Show, na TV Rio.  

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Leporace, humor e comédia

OK Leporace 1965

Quando se ouve falar em Vicente Leporace, a primeira lembrança que vem à mente é a daquele jornalista e radialista combativo, nunca intimidado, que por 15 anos (1963–1978) esteve à frente de um dos mais emblemáticos programas jornalístico e opinativo do rádio brasileiro: O Trabuco, da Rádio Bandeirantes.

Rádio Bandeirantes 1965

Rádio Bandeirantes 1965

Entretanto, em seus mais de 50 anos de trabalho em comunicação, Leporace também foi também apresentador de vários programas na tv.

1956

1956

1958

1958

Chegou, inclusive, a ser apresentador de um famosos programa infantil: A Grande Ginkana Kibon.

1956-1965

1956-1965

Vicente Leporace também enveredou pelos caminhos do esporte.

1952

1952

1960

1960

 Sem falar nos programas que envolviam as novidades em discos, uma de suas paixões além do Corinthians.

1954

1954

1957

1957

Em outras vezes, Leporace assumia o seu lado jornalista sério.

1959

1959

Ou partia para o jornalismo com muito bom humor. 

1963

1963

Folha de SP 1963

Folha de SP 1963

Vicente Leporace iniciou no rádio com apenas 16 anos na Rádio Club Hertz, da cidade de Franca (SP). Foi meio por acaso. O locutor da rádio faltou e ele foi chamado para apenas trocar os discos na vitrola e dar o prefixo da rádio, PRB-5. Nunca mais abandonou o rádio. Depois de Franca, foi para a Atlântica de Santos e, por um brevíssimo, período para a Mayrink Veiga, no Rio de Janeiro, onde trabalhava o radioator Sebastião Leporace, seu irmão. Em 1949, Vicente Leporace veio para São Paulo e começou a trabalhar na Rádio Record., despontando como uma excelente COMEDIANTE.

Revista do Rádio 1951

Revista do Rádio 1951

Leporace não era apenas um ótimo comediante, mas também um ótimo HUMORISTA, pois escrevia excelentes textos de humor, tanto para o rádio quanto para a televisão. 

1953

1953

1954

1954

O reconhecimento de Vicente Leporace como comediante deu-se em 1955 quando recebeu o Troféu Roquette Pinto como “O Melhor Comediante de 1954″.

Diário da Noite 1955

Diário da Noite 1955

Revista do Rádio 1955

Revista do Rádio 1955

A fama de Leporace no humor radiofônico era incontestável.

1955

1955

1957

1957

E um de seus personagens mais marcantes foi… O PRIMO RICO, trabalhando ao lado de Brandão Filho, O PRIMO POBRE, uma criação de Max Nunes. 

1955

1955

1955

1955

1955

1955

Vicente Leporace também fez comédia em cinema, atuando nos filmes Sai Da Frente e Nadando Em Dinheiro (ambos com Mazzaropi) e em É Proibido Beijar (com Tônia Carrero).  Infelizmente não existem registros de Vicente Leporace como comediante. Mesmo assim, vale a pena relembrar (ou, então, conhecê-lo) seu humor sarcástico em trechos editados de uma entrevista dada em 1977 para o programa Vox Populi da TV Cultura. Clique no player e assista.

 

 

 

 

 

 

 

 

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Baiano dois em um

02 1954 Mário Tupinambá

Seu nome de batismo era Juvemário de Oilveira Tupinambá, mas ficou conhecido como Mário Tupinambá. Nasceu em Nazaré da Farinhas-BA, em 1932, e faleceu no Rio de Janeiro, em 2010. Começou sua carreira artística como locutor na Rádio Excelsior da Bahia e depois foi radio-ator na Rádio Sociedade. Foi ali que se percebeu que, além de ator e locutor, era também um excelente comediante. Em 1952 saiu da Bahia e veio para a Rádio Bandeirantes já como comediante. 

Revista da Semana 1952

Revista da Semana 1952

Em 1956, na Rádio Tupi do Rio, criou um personagem baiano recém chegado ao Rio. Dois anos depois Max Nunes criou o Deputado Baiano para o programa Boate do Ali Babá, personagem que lhe deu prestígio nacional. O personagem do Deputado Baiano foi, sem dúvida, o mais famoso e o que mais inimigos criou para Mário Tupinambá. Sobretudo alguns políticos baianos, que não gostavam muito da brincadeira. Um deles, Aliomar Baleeiro, chegou a culpar Tupinambá pela sua não reeleição em 1958 a deputado federal, tendo ficado na suplência (Aliomar Baleeiro foi Ministro do STF no governo Castelo Branco). E o então suplente ficou ainda mais p* da vida quando, para provocar, Tupinambá resolveu falar em cena que o convocaria para ser Ministro do Coco. Mário Tupinambá e o Deputado Baiano pareciam ser uma só pessoa. Seja nos momentos felizes.

Revista do Rádio 1959

Revista do Rádio 1959

Como nos momentos tristes. 

Revista do Rádio 1964

Revista do Rádio 1964

Em 1959, no filme “Titio Não é Sopa,” com Procópio Ferreira, Mário Tupinambá faz uma participação especial com o personagem Deputado Baiano no musical “Baiano Burro Nasce Morto”, cantado pelo também baiano Gordurinha (Waldeck Artur de Macedo). Clique no player e assista à cena. 

Além de atuar, Tupinambá também escrevia humor muito bem. Tanto é que Chico Anysio o manteve entre o quadro de redatores de seus programas por muito tempo. Foi em Chico Anysio Show, que Tupinambá criou o poeta baiano Bertoldo Brecha, parodiando o nome do poeta e dramaturgo alemão Bertholt Brechet. O personagem Bertoldo Brecha tornou-se famoso na Escolinha do Professor Raimundo com os bordões “Veeeenha” e “Zé Finí”. Em 1998, o personagem Bertoldo Brecha, na Escolinha do Barulho, da TV Record, de 1998, contracenava com Dr. Enéas Carneiro (Meu nome é ENÉAS!), que fazia participação especial como professor.  Clique no player e assista à cena. 

Acesse a página Pérolas Sonoras deste blog e ouça a marchinha “Peço a Palavra”, gravada em 1959, pelo próprio Deputado Baiano.

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O Casal 20 do humor

01 RENATO E BISU

Renato Côrte Real (1924-1982) e Bisu (Tereza Ferreira Côrte Real) já eram casados quando Renato iniciou a vida artística em 1954. O casal protagonizou dois programas: “As Aventuras do Comendador” e “Papai Sabe Nada”, sendo este último juntamente com os filhos Ju Côrte Real (1949-2012) e Ricardo Côrte Real. Também estiveram juntos em vários outros programas como “Alegria 81″ (TVS) e “Faça Humor, Não Faça Guerra” (TV Globo).  Veja Renato Côrte Real e Bisu em vídeo acessando o post Papai Sabe Nada na página Humor Brasileiro.  

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