Baú do Maga

Zeloni, o homem da “pernacchia”!

Zeloni coma esposa Gióia e as 5 filhas:Silvana, Romana, Biaca, Tiziana e Rossana

Nome completo  – Otello Zeloni
Nascimento 26//11/1921– Roma – Itália
Falecimento 29/12/1973 – São Paulo – SP

02 ZELONI

Zeloni, a esposa Gióia e as filhas Silvana, Romana, Bianca, Tiziana e Rossana.

Ainda na Itália, Zeloni tirou brevê aos 19 anos. Na mesma época, foi convocado pela aviação italiana como piloto em virtude da eclosão da II Guerra Mundial. Em seu treinamento constaram 2 quedas de avião, uma colisão e mais de 17 pousos forçados na região de Frosinone, a 30 km de Roma. No entanto, Zeloni livrou-se de pilotar um super bombardeiro porque o fim do seu treinamento coincidiu com o da assinatura de rendição da Itália. Anos depois Zeloni saiu da Itália, indo para a Argentina a fim de negociar filmes italianos. Uma vez em Buenos Ayres, ingressou na Cia. Italiana de Revista, que tinha uma viagem marcada para o Brasil. Em 1949 a companhia veio para o Brasil, exibiu-se e foi embora. Mas Zeloni aqui ficou.

Anúncio na Folha da Manhã de 02/10/49 falando da Cia. Italiana de Revistas

Anúncio na Folha da Manhã de 02/10/49 falando da Cia. Italiana de Revistas com Zeloni

Zeloni entrou para o teatro de revista e estrelou inúmero sucesso em diversas companhias teatrais. “As urnas vão rolar”, “Nonô vai na raça”, “Mão na toca”.

Folha da Noite 22/01/54

Folha da Noite 22/01/54

Última Hora 1956

Última Hora 1956

Chegou, inclusive, ter a sua própria companhia teatral.

Folha da Noite - 01/11/1959

Folha da Noite – 01/11/1959

Seu trabalho em teatro lhe valeu o Prêmio Governador Do Estado de São, de 1964, como melhor ator devido à sua atuação na comédia “Os Ossos do Barão”.

Revista Intervalo - 1964

Revista Intervalo – 1964

Zeloni também dedicou-se ao cinema.  Fez vários filmes ao lado de grandes comediantes como Ronald Golias, Zé Trindade e Dercy Gonçalves.

A Baronesa Transviada - 1957

A Baronesa Transviada – 1957

Zeloni (o último à direita) em A Baronesa Transviada

Catalano, Dercy Gonçalves, Lueli Figueiró e Zeloni em A Baronesa Transviada 1957

Zeloni com Lilian Fernandes e Zé Trindade em "Marido de Mulher Boa" 1960

Zeloni com Lilian Fernandes e Zé Trindade em “Marido de Mulher Boa” 1960

Mas seu grande sucesso foi mesmo na televisão. Foi ali que ele desenvolveu três personagens marcantes: Dom Camilo (um padre italiano histriônico).

7 Dias na TV - 1957

7 Dias na TV – 1957

08 ZELONI

Heitor de Andrade e Otello Zeloni na série Dom Camilo

Heitor de Andrade e Otello Zeloni na série Dom Camilo

Revista São Paulo na TV 1961

Revista São Paulo na TV 1961

Também fez o Prontidão (um guarda atrapalhado), cujo bordão era “O senhor me chamou?” sempre que era chamado pelo superior.

Zeloni, o Prontidão

Zeloni, o Prontidão

Mas o personagem mais famoso foi, sem dúvida, Pepino Trapo,  o cunhado Bronco na lendária Família Trapo.

Melodias 1967

Otello Zeloni, Jô Soares, Ricarco Côrte Real, Renata Fronzi, Cidinha Campos e Ronaldo Golias.

Bronco (Golias), Stevie Wonder e Peppino (Zeloni) em A Família Trapo

Bronco (Golias), Stevie Wonder e Peppino (Zeloni) em A Família Trapo

Zeloni, Golias, Renata Fronza, Jô Soares e Pelé em "A Família Trapo" 1968

Zeloni, Golias, Renata Fronzi, Jô Soares e Pelé em “A Família Trapo” 1968

Em Família Trapo Zeloni trouxe para o público a expressão italiana “Pernacchia”, som e gesto considerados vulgares para os italianos, símbolo audiovisual da flatulência. Interessante é que essa expressão – acompanhada de gesto – fez muito sucesso numa época em que a sociedade não era tão liberal como hoje, mas, ao mesmo tempo, não havia um patrulhamento politicamente correto tão intenso. Também no programa Família Trapo, Peppino Trapo (Zeloni) tornou famosa sua inclinação Nara leão, uma das musas da bossa-nova, sempre fazendo alguma menção (com leve apelo malicioso) aos bem torneados joelhos da cantora. 

Revista Intervalo 1968

Revista Intervalo 1968

Zeloni tornou-se peça fundamental em especiais da televisão brasileira, sobretudo no famoso Show do Dia 7 da TV Record.

O cômico português Raul Solnado e Zeloni no Show do dia 7 de 1967

O cômico português Raul Solnado e Zeloni no Show do dia 7 de 1967

Zeloni, Renata Fronzi e Walter D'Ávila no Show do Dia 7 de 1968

Zeloni, Renata Fronzi e Walter D’Ávila no Show do Dia 7 de 1968

Em 1967, na TV Record, Zeloni comandou juntamente do Wilson Simonal um programa cuja fórmula já se mostrara infalível: música mesclada com humor.

Revista Intervalo 1967

Revista Intervalo 1967

Foi ele também o primeiro artista a apresentar um programa de culinária na TV, cozinhando e apresentando suas receitas. O programam chamava-se Zeloni Forno e Fogão.

Revista Intervalo 1972

Revista Intervalo 1972

O último trabalho de Zeloni foi como protagonista da novela O Conde Zebra, na TV Tupi. Entretanto, a novela ficou no ar pouco mais de um mês. Quando, por causa de grave doença, Zeloni fo internado, a direção da TV Tupi resolveu suspender a a exibição. Com o seu falecimento a novela jamais foi concluída.

Zeloni junto do elenco da novela O Conde Zebra, seu último trabalho

Zeloni com elenco da novela O Conde Zebra em seu último trabalho

Zeloni era muito espirituoso e adorava um bom improviso. Nos início dos anos 60 ele e Walter D’Ávila saíram da TV Record e foram para a TV Tupi.

Walter D'Ávila e Zeloni na Tv Tupi

Walter D’Ávila e Zeloni na TV Tupi

Os estúdios da nova casa não eram tão grandes quanto os da antiga. Num esquete que tinha o céu como cenário, os dois interpretavam dois anjos. D’Ávila, que tinha mania de falar e dar um passo na direção do interlocutor – ainda desambientado – foi empurrando Zeloni para fora do cenário. Chegou uma hora em que Zeloni pegou D’Ávila pelo braço e faliu trazendo-o para o meio do set:
— Vem mais pra cá, que aqui o céu não é tão grande como era na outra emissora.

Principais trabalhos de Otello Zeloni em TV: 

1957 – O pequeno mundo de Dom Camilo – TV Tupi
1958 – Atrações Pirani – TV Tupi
1960 – A volta de Dom Camilo – TV Tupi
1960 – Boas Novas – TV Tupi
1961 – Clímax para milhões – TV Rio
1961 – Três é demais – TV Record/TV Rio
1962 – Ri-Fi Sete – TV Record/TV Rio
1963 – São Paulo à noite – TV Tupi
1964 – Zeloni em uma peça só – TV Record
1964 – O mundo alegre de Zé Vasconcelos – TV Record/TV Rio
1964 – Regra de três – TV Rio
1964  – Sete Belo – TV Record
1965 – Quem Bate – TV Record
1966 – O Grosso da graça – TV Tupi-Rio
1966 – Zeloni é sempre Zeloni – TV Record
1966 – Mãos ao ar – TV Record
1967 – Família Trapo – TV Record
1967 – Vamos S’imbora – TV Record
1971 – Dom Camilo e os cabeludos – TV Tupi
1972 – Zeloni Forno & Fogão – TV Tupi
1973 – O Conde Zebra – TV Tupi

Clique no player e assista a um trecho de “O Conde Zebra”,  novela da TV Tupi (1973), com Otello Zeloni ao lado de Dante Rui e Renato Consorte e editado a partir do site Canal Memória.

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Audácia do bofe!

COSTINHA

COSTINHA

Lírio Mário da Costa (1923-1995), o Costinha, nasceu no bairro de Vila Isabel, no Rio de Janeiro, terra de Noel Rosa e Martinho da Vila. Flamenguista fanático, viu-se desde pequeno participando de esquetes de circo acompanhando seu pai, que era conhecido como Palhaço Bocó. Ainda com o nome de Mário Costa, começou a trabalhar em rádio, em meados dos anos 40, como contrarregra da Rádio Tamoio.

Costinha quando ainda era conhecido por Mário Costa

1952  Costinha era só Mário Costa

Por ser muito alegre e viver contando piadas o dia todo, recebeu uma oportunidade de demonstrar seu talento num programam chamado Vesperal das Moças. Não demorou muito para que fosse convidado pela Rádio Mayrink Veiga para participar de seus programas humorísticos. Ele não pensou duas vezes e logo estava participando de programas como Recruta 23, Riso das Ruas e Cadeira de Barbeiro, sempre usando o nome Mário Costa.

Maria Vidal e Costinha

Maria Vidal e Mário Costa – 1952

Costinha em 1952

Como Mário Costa em 1952

Atuava como radio-ator e também como sonoplasta.

Mário Costa sonoplasta 1952

Mário Costa sonoplasta 1952

Assumiu o nome artístico Costinha em 1953 por sugestão da vedete Siwa – e esposa do comediante Vagareza – quando ela o contratou para um espetáculo de sua companhia teatral chamado Uma Pulga Na Camisola.

Folha da Manhã 10/04/1953

Folha da Manhã 10/04/1953

Costinha tornou-se famoso no teatro de revista e isso fez com que a TV Rio o contratasse para seu elenco de comediantes. Feira Mais ou Menos Livre e Botando Banca foram os dois primeiros programas de Costinha em televisão. Mas a consagração viria em Noites Cariocas e A Cidade Se Diverte. Sabendo usar como poucos a expressão facial e corporal, Costinha tornou-se rapidamente um dos comediantes mais queridos da televisão. Foi num desses programas que, certo dia, o microfone “vazou” na frente do vídeo em num programa ao vivo. Costinha não perdeu a oportunidade e mandou um “miau” e todo mundo riu. Esse “miau” o acompanhou durante toda a carreira televisiva sempre antecedida por um pedido para que o “boom man” (o operador do microfone) baixasse o microfone para que este pudesse entrar em cena. Costinha, ao lado de Dercy Gonçalves, talvez tenha sido o comediante a receber o maior número de suspensões dos programas humorísticos por causa de suas piadas consideradas pornográficas. Certa vez, ainda no tempo do programa ao vivo, Costinha estava na TV Excelsior do Rio, fazendo ao vivo seu programam “De frente com Costinha”. Nos bastidores estava o pastor alemão chamado Radar, que iria gravar o último capítulo da novela Vidas Cruzadas. No meio do esquete Costinha, fazendo uma bichinha, disse: “ Nossa, ali tem um gato!” No mesmo momento, por coincidência, o Radar começou a latir. Costinha 1aproveitou a deixa para meter um caco e dizer: “Ainda bem que eu falei em gato. Se eu falasse em veado, acho que essa fera ia acabar me matando!” Foi uma gargalhada geral. E dias depois mais uma suspensão de 30 dias pela censura. A TV Excelsior, do Rio de Janeiro,  foi uma das que mais sofreu com suas ausências uma vez que o Comitê de Censura do Estado Da Guanabara não lhe dava tréguas.

Costinha em 1962

Costinha em 1962

Segundo o próprio Costinha, foi ele o causador de os programas humorísticos deixarem de ser exibidos ao vivo e passarem a ser gravados previamente. Era o modo que a censura havia encontrado para “tesourar” aquilo que achasse excessivamente pornográfico para ir ao ar. Em 1965, Costinha – imitando uma bicha, como sempre – resolver botar um “caco” em cena. Ao ser confrontado por um homem disse: “audácia do bofe!”, termo que se tornou bordão popular durante bom tempo. Mas o bordão trouxe-lhe nova suspensão. O fato ocorreu porque Costinha, dentro do personagem, resolveu dizer que seu relógio era da marca Roscofe. Quando o sujeito pedia para ver as horas, Costinha dizia: “Quer ver o meu Roscofe? Audácia do bofe!”

Costinha era um "anjinho"

Costinha, um “anjo”

[O termo roscofe significa relógio vagabundo. Sua origem vem de  uma antiga marca de relógio suíço, homenagem ao relojoeiro suíço G. R. Roskopf. Entretanto, roscofe tem outro significado, muito utilizado no Nordeste: cu] Sem perder tempo, Costinha, apesar da suspensão, gravou a marchinha “Audácia do Bofe” para o carnaval de 1966. Clique no player e ouça Costinha cantando a marchinha Audácia do Bofe.

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O primeiro índio do humor

Patacotaco 1Max Nunes (1922-2014) criou em 1953 para a Rádio Tupi-RJ o programam Um Pulga Na Camisola.

Max Nunes, em 1953, escrevendo Uma Pulga Na Camisola

Max, em 1953, escrevendo seu programa

Como todo programa criado, produzido e escrito por Max Nunes, Um Pulga Na Camisola tornou-se rapidamente um grande sucesso.Patacotaco 2Um dos personagens criados por Max para o programa foi o Índio Patacotaco, que foi interpretado por Orlando Drummond [o seo Peru de A Escolinha do Professor Raimundo e dublador de Popeye; Alf, o ETeimoso; Scooby-Doo e outros]. O personagem celebrizou sua entrada em cena sempre com a ladainha “pezinho pra frente, pezinho pra trás…” O parceiro de Drummond no quadro de Patacotaco era o também comediante Otávio França.

Diário da Noite - 1953

Diário da Noite – 1953

O programam Um Pulga Na Camisola, ainda em 1953, também passou a ser exibido pela TV Tupi. Na televisão, o parceiro de Drummond era o comediante Radamés Celestino

Diário da Noite - 1955

Diário da Noite – 1955

Uma Pulga Na Camisola ficou no ar de 1953 até 1958, sempre com muito sucesso. Também foi transformado em peça de teatro de revista por Max Nunes em parceria com J. Maia. Patacotaco foi, seguramente, o primeiro personagem índio do humor brasileiro, tendo sido reeditado pelo próprio Orlando Drummond em parceria com Paulo Silvino no programa Zorra Total, na TV Globo.

Paulo Silvino e Orlando Drummond

Paulo Silvino e Orlando Drummond

Clique no player e ouça um trecho do quadro Patacotaco veiculado pela Rádio Tupi, em 1954. Nesse esquete, excepcionalmente, surge a esposa do índio, que foi interpretada pela comediante Zezé Macedo, e teve também a participação de Nádia Maria, outra comediante brasileira.

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Rua da Alegria

1951 Antônio Maria Rua da alegria 1Rua da Alegria – Rádio Tupi RJ – de 1948 a 1952
Alegria da Rua – Rádio Mayrink Veiga – de 1952 a 1960
Programa criado por Antônio Maria [Araújo de Morais] (17/03/1921-PE / 15/10/1964-RJ).

Antônio Maria, criador de Rua da Alegria

Antônio Maria, criador de Rua da Alegria

Antônio Maria escrevia, produzia e apresentava o programa contracenando com os tipos que passavam por aquela rua. Em Rua da Alegria o elenco era constituído pelos humoristas da Rádio Tupi-RJ: Nancy Wanderley, Abel Pera, Otávio França, Nádia Maria, Matinhos, Hamilton Ferreira, Orlando Drummond, Castro Gonzaga, Duarte Morais, Haydée Fernandes e Maria do Carmo.

Nancy Wanderley, ora nordestina ora uma esnobe

Nancy Wanderley, ora nordestina ora uma esnobe

Matinhos

Matinhos

Abel Pera

Abel Pera

Nádia Maria

Nádia Maria

Orlando Drummond ainda jovem

Orlando Drummond ainda jovem

Hamilton Ferreira, personagem maluco

Hamilton Ferreira, personagem maluco

De baixo para cima: João Fernandes, Otávio França, Castro Gonzaga e Abel Pera

De baixo para cima: João Fernandes, Otávio França, Castro Gonzaga e Abel Pera

Em 1952, Antônia Maria transferiu-se para a Rádio Mayrink Veiga, assim como a maior parte do elenco. Uma alteração na ordem das palavras e surgia, então, Alegria da Rua, mantendo os mesmo moldes do programa da Tupi.

Revista do rádio 1953

Revista do rádio 1953

A diferença é que o programa recebia o reforço dos humoristas mayrinkianos, tais como: Zé Trindade, Germano, Antônio Carlos Pires…

Zé Trindade

Zé Trindade

Germano, o eterno calouro Cazuza

Germano, o eterno calouro Cazuza

Antônio Carlos Pires

Antônio Carlos Pires

Clique no player e ouça um trecho de Rua da Alegria, na Rádio Tupi-RJ, no ano de 1952. A locução de abertura é de Antônio Luiz. A apresentação é do próprio Antônio Maria, que contracena com o personagem Lúcia, contador de causos, interpretado por Abel Pera.

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Americana tão boazinha

51 kate liraKatherine Lee Riddell Caughey de Barbosa Lyra, nascida em Ray, no estado do Arizona, Estados Unidos, mais conhecida como KATE LYRA fez carreira no Brasil como atriz, modelo e roteirista. Era casada com o cantor e compositor Carlinhos Lyra quando foi convidada a integrar o elenco da reedição do programa Praça da Alegria, na TV Globo, em 1977. Seu personagem era o da imigrante que não percebia a malandragem do homem brasileiro sempre disposto a aproveitar-se da sua ingenuidade e beleza. O personagem – que nos anos 60 fora sucesso ao ser interpretado por Jacqueline Myrna – foi sucesso imediato e solidificou o bordão “brasileiro é tão bonzinho”. Em 1978 Kate Lyra foi capa da Status, à época um dos “musts” do filão de revistas masculinas. Para surpresa geral, a revista trazia, além das generosas fotos de Kate, um encarte com um compacto simples (pequeno disco de vinil que continha uma música de cada lado) chamado Duas Faces do amor, com Kate Lyra cantando.

Encarte Revista Status Nº 51 - 1978

Encarte Revista Status Nº 51 – 1978

Quando ChegaresRomântica

As canções “Quando Chegares” e “Romântica” eram composições de Carlinhos Lyra. Clique no player e ouça Kate Lyra cantando “Quando chegares”.   

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